Brasília, 15 de julho de 2025 — A reação ao parecer da PGR que acusa Bolsonaro de comandar o golpe levou redes e políticos a pedirem sua prisão preventiva imediata.
Pressão por justiça imediata ganha as redes
O parecer da Procuradoria-Geral da República, assinado por Paulo Gonet e entregue nesta segunda-feira (14), transformou a paisagem digital brasileira. Em poucas horas, expressões como “Bolsonaro na cadeia”, “Mito na jaula” e “#BolsonaroPresoJá” tomaram conta da rede X, com centenas de milhares de menções pressionando o Supremo Tribunal Federal por uma decisão urgente.
Não se trata de um movimento difuso. Há articulação política e social clara. Parlamentares do campo progressista, juristas e lideranças populares defendem que Bolsonaro seja alvo de prisão preventiva antes do fim do julgamento, marcado para ser concluído até dezembro de 2025. A justificativa: risco concreto de fuga do país e reincidência golpista.
Para a PGR, o ex-presidente foi o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”. Essa frase, destacada no documento entregue ao Supremo, virou estopim da insatisfação digital — e combustível para novos protestos de rua, já convocados por movimentos sociais.
Parlamentares e juristas reforçam o coro
Nas redes, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi um dos primeiros a exigir a prisão preventiva de Bolsonaro: “Quem tentou destruir a democracia não pode aguardar julgamento em liberdade. O lugar dele é atrás das grades”.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também se manifestou, dizendo que “a democracia não pode correr riscos enquanto aguarda o tempo do Judiciário”. Ela anunciou que protocolará requerimento no Senado exigindo que a PGR avalie com urgência os fundamentos legais da medida.
Juristas como Eloísa Machado, da FGV Direito SP, avaliam que os requisitos da prisão cautelar — risco à ordem pública, conveniência da instrução criminal e ameaça de fuga — estão presentes e bem documentados no processo. Segundo ela, *“há elementos concretos, inclusive viagens internacionais recentes de Bolsonaro sem aviso judicial, que poderiam embasar a medida”.
Medo de fuga reanima base bolsonarista
Apesar da ofensiva jurídica, aliados de Bolsonaro continuam mobilizados. Apoiadores do ex-presidente acusam a PGR de perseguição política e tentam reagrupar forças em Brasília e em estados como Goiás e Mato Grosso. No X, perfis ligados à extrema direita têm chamado seguidores para pressionar o STF e “impedir a prisão do mito”.
Na prática, o avanço do processo torna inevitável um cenário de radicalização. De um lado, a exigência da maioria da sociedade por punição exemplar e célere. De outro, a resistência armada e desinformada de núcleos golpistas, agora cada vez mais isolados institucionalmente.
A decisão sobre a prisão cautelar, embora não esteja formalmente pautada, entrou na mira do debate público — e do cálculo político do Supremo.
Perguntas e Respostas
O que a PGR disse sobre Bolsonaro?
Que ele foi o principal articulador e beneficiário da tentativa de golpe de Estado.
Por que estão pedindo prisão preventiva?
Por risco de fuga do país e ameaça à ordem pública antes do julgamento.
O julgamento já começou?
Ainda não. A fase atual é de entrega das alegações finais. A previsão de julgamento é até o fim de 2025.
A prisão preventiva é possível?
Sim. Juristas afirmam que os requisitos legais já estão configurados no processo.
Quem está liderando a pressão?
Parlamentares progressistas, juristas, movimentos sociais e internautas mobilizados nas redes.
