A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Michel Jesus/Agência Câmara

Roma, 15 de julho de 2025 — Condenada a 10 anos por crimes contra o Estado democrático, Carla Zambelli planeja disputar as eleições na Itália enquanto foge da Justiça brasileira e tenta se manter politicamente relevante no exterior.

Da Praça dos Três Poderes ao Parlamento Italiano

A tentativa de golpe de 2023, que transformou o bolsonarismo em alvo central do Supremo Tribunal Federal, produziu não apenas condenações, mas também exílios políticos oportunistas. A nova investida da extrema direita brasileira em fuga tem nome e sobrenome: Carla Zambelli. Condenada a dez anos de prisão por crimes antidemocráticos, a deputada federal licenciada fugiu do Brasil, reivindicando “perseguição” e já articula, da Europa, sua próxima manobra — disputar as eleições italianas.

Zambelli possui cidadania italiana e quer usá-la como salvo-conduto para seguir na política, mesmo que isso implique trair o próprio mandato e contornar a soberania brasileira. A articulação, revelada por seu advogado, é explícita: se não houver chance de reversão da pena, ela pretende ingressar em um partido da extrema direita italiana e disputar cargos por lá.

Mais do que sobrevivência política, trata-se de uma operação de desmoralização da Justiça brasileira conduzida a partir do exterior, com apoio de forças reacionárias transnacionais.

A extrema direita sem fronteiras

A candidatura de uma foragida da democracia brasileira em solo europeu não é apenas patética — é sintomática. Zambelli tem buscado aliados na direita neofascista da Itália, que orbitam em torno de figuras como Giorgia Meloni. Sua aposta é que o ressentimento antipolítico e o nacionalismo autoritário que sustentam o bolsonarismo no Brasil possam ser reciclados em solo europeu com alguma utilidade eleitoral.

O objetivo não é apenas se eleger. É ocupar o palco internacional como “exilada política” e fortalecer o discurso do bolsonarismo global sobre suposta perseguição judicial. Não por acaso, o bolsonarismo já ensaia usar a eventual manutenção do mandato parlamentar de Zambelli como vitrine para atacar o STF e reforçar sua narrativa de vitimização.

O silêncio da Câmara e o cinismo bolsonarista

A Câmara dos Deputados, cúmplice por omissão, ainda não decidiu se cassará o mandato de Carla Zambelli. A votação está prevista, mas nada garante agilidade ou transparência no processo. Para o bolsonarismo, cada dia com o mandato em vigor é um trunfo — um elemento a mais para sustentar a farsa de que Zambelli foi “expulsa” do país por defender a liberdade.

Enquanto isso, a defesa da ex-deputada tenta neutralizar os efeitos da condenação. Segundo o advogado Fabio Pagnozzi, a prioridade seria “reverter a decisão no Supremo”. Mas na prática, o foco já é outro: garantir visibilidade e palanque, mesmo que isso custe o rompimento formal com a legalidade brasileira.

Interpol, cassação e farsa internacional

A defesa de Zambelli já consultou a Interpol para saber se ela foi inserida na lista de foragidos internacionais. A resposta não foi divulgada. Mas o gesto indica o nível de instabilidade institucional provocado pela extrema direita — uma parlamentar condenada foge do país, ameaça se candidatar em outro, tenta manter mandato no Brasil e ainda joga com o direito internacional.

Essa não é uma história sobre fuga. É sobre a tentativa de exportar o golpismo — e de blindar sua protagonista sob a chancela da impunidade internacional.

Perguntas e Respostas

Carla Zambelli está foragida?
Sim. Ela deixou o Brasil após ser condenada pelo STF por envolvimento em atos golpistas.

Ela pode se candidatar na Itália?
Possui cidadania italiana e tenta viabilizar candidatura pela extrema direita local.

O que a defesa alega?
Afirma que a prioridade é reverter a condenação, mas admite articulação eleitoral na Itália.

A Câmara pode cassar seu mandato?
Sim. A decisão depende de votação em plenário, mas ainda não foi pautada.

A Interpol está envolvida?
A defesa consultou a Interpol para saber se Zambelli está na lista de foragidos.

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JR Vital - Diário Carioca

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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