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Brasil deixa Mapa da Fome pela segunda vez sob governo Lula, após retrocesso na era Bolsonaro

Relatório da ONU mostra que menos de 2,5% da população brasileira enfrenta subnutrição, resultado atribuído a políticas de segurança alimentar retomadas desde 2023

O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025”, divulgado nesta segunda-feira (28), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares, realizada em Adis Abeba, na Etiópia. O documento aponta que o país registra atualmente menos de 2,5% da população em situação de subnutrição, percentual abaixo do limite que caracteriza insegurança alimentar grave.

Essa é a segunda vez que o país sai da lista da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). A primeira exclusão ocorreu em 2014, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), como resultado de mais de uma década de políticas públicas de combate à fome iniciadas com o programa Fome Zero, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, entre 2018 e 2020, o Brasil voltou a figurar no Mapa da Fome, após os retrocessos registrados nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

A nova avaliação considera a média dos últimos três anos (2022 a 2024) e consolida os dados da FAO sobre desnutrição crônica, consumo calórico e acesso da população a alimentos de qualidade. Especialistas ouvidos pela ONU destacam que o principal entrave no Brasil não é a produção de alimentos, uma vez que o país segue entre os maiores produtores globais, mas sim a desigualdade no acesso à alimentação adequada, problema intensificado por fatores estruturais e escolhas políticas.

O relatório ressalta que, embora o agronegócio brasileiro mantenha altas taxas de produtividade, há críticas sobre a prioridade dada à exportação, em detrimento do abastecimento interno. Parte dos analistas defende maior equilíbrio no modelo agrícola, enquanto outros setores argumentam que o atual sistema já seria capaz de atender às duas frentes, sem alterações significativas na lógica de mercado.

As mudanças climáticas foram apontadas como risco crescente à segurança alimentar futura, com potenciais impactos sobre a produção e distribuição de alimentos em diversas regiões do país. Além disso, a ONU destacou a permanência dos chamados “desertos alimentares” — áreas urbanas e rurais onde o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos é limitado ou inexistente.

O conceito de subnutrição, segundo a FAO, refere-se à ingestão habitual de calorias e nutrientes insuficientes para manter uma vida saudável. A retirada do Brasil da lista global ocorre em um cenário de retomada de políticas públicas de combate à fome, como o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), a reativação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e a ampliação de programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).

A Organização das Nações Unidas considera o resultado brasileiro emblemático, dado o histórico recente de regressão nos indicadores sociais, e cita o país como exemplo de recuperação institucional voltada à erradicação da fome.

Nota do Editor

A reconstrução do Brasil exige vigilância permanente contra retrocessos. O Diário Carioca não se cala diante da fome, da exclusão ou do desmonte de políticas públicas.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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