Brasília, 29 de julho de 2025 — Durante evento promovido pelo PL Mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez novas declarações controversas, desta vez direcionadas à comunidade LGBTQIA+ e a defensores da causa palestina.
Em vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, Michelle questionou o apoio de pessoas LGBTQIA+ ao Hamas, utilizando linguagem de teor religioso para deslegitimar posicionamentos políticos divergentes.
“Enganação diabólica”: Michelle associa apoio a palestinos a possessão espiritual
Em sua fala, Michelle Bolsonaro afirma:
“Como que a pessoa é trans, como que a pessoa é gay […] e apoia um governo que persegue e mata os homossexuais? […] Só posso entender que isso é espiritual, uma enganação diabólica […] Defendem o Hamas? Vai pra lá fazer manifestação.”
A declaração gerou forte repercussão, sendo interpretada como tentativa de vincular a orientação sexual a uma suposta incoerência política, utilizando discurso religioso para deslegitimar minorias e seus posicionamentos. Grupos de defesa dos direitos humanos e lideranças LGBTQIA+ reagiram publicamente, acusando a ex-primeira-dama de propagar discursos de ódio travestidos de opinião religiosa.
Reações e contexto político: o uso político da religião e do conflito no Oriente Médio
Especialistas ouvidos pelo Diário Carioca apontam que a estratégia de Michelle reforça a retórica do bolsonarismo, que utiliza pautas religiosas e morais para consolidar apoio entre evangélicos e setores conservadores. A fala ocorre em meio à escalada de críticas internacionais à política do governo de Israel na Faixa de Gaza, onde, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), há crianças morrendo de fome devido ao cerco militar israelense.
A tentativa de criminalizar o apoio à causa palestina ignora, segundo especialistas em política internacional, o direito legítimo à crítica de práticas genocidas por parte de Estados, como as denunciadas em relatórios do Conselho de Direitos Humanos da ONU e de organizações como a Anistia Internacional.
Importante destacar que Israel, como Estado, não reconhece Jesus Cristo como figura messiânica, o que não impede o apoio incondicional de setores fundamentalistas cristãos, que utilizam o conflito para reforçar sua visão teológica apocalíptica.
Pontos-chave da controvérsia
- Michelle Bolsonaro associa pessoas LGBTQIA+ que apoiam a Palestina à “enganação diabólica”.
- A fala reforça retórica religiosa para fins políticos.
- Ignora críticas legítimas à política de Israel, denunciada por genocídio infantil em Gaza.
- Comunidade LGBTQIA+ reage acusando discurso de ódio e manipulação espiritual.
Implicações futuras
A estratégia de Michelle revela a tentativa de reinserção do bolsonarismo no debate público por meio de choques culturais e discursos morais. A associação entre identidade sexual, política externa e demonização religiosa revela uma lógica de radicalização que tensiona ainda mais o espaço democrático brasileiro.
É previsível que o episódio seja utilizado em disputas eleitorais internas do PL, onde Michelle Bolsonaro é apontada como possível nome para vice ou até mesmo para encabeçar chapas majoritárias em 2026.
Michelle Bolsonaro atacou a comunidade LGBTQIA+?
Sim. Em evento do PL Mulher, ela fez declarações contra pessoas LGBTQIA+ que apoiam o Hamas, associando tal postura à “enganação diabólica”.
Qual foi a reação da comunidade LGBTQIA+?
Grupos e lideranças LGBTQIA+ acusaram Michelle Bolsonaro de discurso de ódio e instrumentalização religiosa contra minorias.
Israel está sendo acusado de genocídio infantil em Gaza?
Sim. Diversos relatórios internacionais apontam que crianças estão morrendo de fome na Faixa de Gaza, e organizações como a ONU e Anistia Internacional denunciam ações do governo israelense como crimes contra a humanidade.
Michelle Bolsonaro é pré-candidata em 2026?
Ainda não oficialmente, mas é considerada nome forte dentro do PL para compor chapa presidencial ou disputar cargos majoritários.
Por que cristãos defendem Israel, mesmo com diferenças religiosas?
Setores cristãos fundamentalistas veem Israel como peça-chave em sua interpretação escatológica, mesmo que o Estado israelense não reconheça Jesus Cristo como messias.