quarta-feira, setembro 24, 2025
21 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaLula defende dívida pública para combater a fome e promete ser “mais esquerdista”
Mais Humano

Lula defende dívida pública para combater a fome e promete ser “mais esquerdista”

Presidente também associou resistência ao Pix ao lobby de cartões nos EUA e convidou Donald Trump para a COP30

Brasília, 5 de agosto de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira que o Brasil pode ir além nas políticas sociais e declarou que, diante dos desafios do país, pretende ser “mais esquerdista e mais socialista”. A fala ocorreu durante agenda oficial no Palácio do Planalto, em um discurso em que ele também celebrou a saída do país do Mapa da Fome, anunciada pela ONU em julho, e rebateu críticas ao uso de dívida pública como ferramenta de combate à pobreza.

Cada vez mais vou ficar mais esquerdista, mais socialista, e vou ficar achando que a gente pode mais”, disse Lula, ao defender que o Estado brasileiro precisa assumir um papel ativo para garantir direitos básicos à população.


Políticas públicas, dívida social e combate à fome

Durante o discurso, Lula lembrou da própria juventude marcada pela fome e afirmou que não aceitará críticas ao endividamento do Estado em nome da população vulnerável.

“A crítica que fazem é porque a gente faz dívida para cuidar do povo. Pois eu farei quantas forem necessárias”, declarou.

O presidente celebrou a retirada do Brasil do Mapa da Fome, destacando o papel das políticas públicas de transferência de renda e inclusão alimentar. Para ele, a conquista é resultado direto de investimentos sociais que enfrentam resistência no debate econômico convencional.

“Podemos melhorar muito a situação do país. A gente pode fazer muito mais coisa do que está fazendo. Esse é o desafio”, completou.

Leia mais em: www.diariocarioca.com/politica


Lula diz que lobby contra Pix motivaria tensão com os EUA

Ainda nesta terça-feira, Lula participou da 5ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), onde defendeu o Pix como infraestrutura pública de referência mundial. Segundo ele, o sucesso do sistema brasileiro incomoda interesses financeiros internacionais e seria uma das causas da tensão com os Estados Unidos.

“Se o Pix tomar conta do mundo, os cartões de crédito vão desaparecer. É isso que está por trás dessa loucura contra o Brasil”, disse, ao comentar o tarifaço de 50% imposto pelo governo Trump sobre produtos brasileiros.

Lula minimizou o impacto comercial das tarifas, classificando-as como problema resolvível, ao contrário da fome. Ele também ironizou o presidente norte-americano:

“Gostaria que o presidente Trump fizesse uma experiência com o Pix para ele pagar uma conta”, afirmou.

Para Lula, o Brasil não pode ser punido por desenvolver soluções inovadoras fora do controle de grandes conglomerados financeiros.

“Nós não podemos ser penalizados por desenvolver um sistema gratuito como o Pix”, concluiu.


Convite a Trump para a COP30 e tentativa de distensão

Apesar das críticas indiretas ao governo norte-americano, o presidente brasileiro reforçou a disposição ao diálogo. Ele afirmou que pretende convidar Trump para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025.

“Quero saber o que ele pensa da questão climática”, disse Lula, evitando embates diretos com o líder republicano.

O gesto busca sinalizar disposição diplomática em meio a um cenário internacional marcado por disputas comerciais e tensões ideológicas entre os dois países.


O que está em jogo

Por que Lula voltou a defender a dívida pública?
O presidente considera que o combate à fome e à miséria justifica a ampliação de investimentos sociais, mesmo com aumento da dívida pública. Ele avalia que essa é uma obrigação do Estado democrático.

Qual é a crítica de Lula ao lobby financeiro?
Segundo o presidente, o sistema Pix contraria interesses de grandes operadoras de cartão e isso explicaria, em parte, a resistência internacional ao modelo brasileiro.

Como o governo vê as tarifas dos EUA?
Lula minimizou o impacto das tarifas de 50% impostas por Trump, classificando-as como problema pontual e político, que pode ser superado por meio da diplomacia.

Qual a importância da retirada do Brasil do Mapa da Fome?
O anúncio feito pela ONU no final de julho é considerado um marco para o governo e fortalece a agenda social como prioridade nacional.

Trump irá à COP30?
Ainda não há confirmação oficial, mas Lula sinalizou que irá convidá-lo pessoalmente, numa tentativa de estabelecer diálogo em torno da agenda climática.


Projeções e embates futuros

A defesa de gastos sociais financiados por dívida pública recoloca o governo no centro do debate econômico nacional e internacional. A crítica ao lobby financeiro, aliada à exaltação do Pix como símbolo de soberania tecnológica, amplia a tensão com Washington, mas também projeta o Brasil como modelo alternativo ao neoliberalismo.

Com a COP30 se aproximando e o cenário eleitoral norte-americano em disputa, Lula aposta na diplomacia e na economia social para reposicionar o país no mundo. A oposição, por sua vez, deve intensificar ataques à estratégia fiscal do governo — um embate que definirá o tom do debate político nos próximos meses.

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

Trump elogia Lula na ONU e fala em “química excelente”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) ter se encontrado rapidamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a abertura da Assembleia...

Conselho de Ética pode pautar cassação de Eduardo Bolsonaro nesta terça

Deputado é acusado de atuar contra instituições brasileiras a partir dos EUA e já responde a denúncia da PGR

Hugo Motta veta Eduardo Bolsonaro como líder e deputado pode ser cassado

Presidente da Câmara rejeita indicação para liderança da minoria; filho de Bolsonaro acumula faltas e risco de perda de mandato

Alexandre de Moraes critica sanções dos EUA contra esposa: “Ilegal e lamentável”

Ministro do STF afirma que medida viola a soberania do Brasil e a independência do Judiciário

PGR denuncia Eduardo Bolsonaro por coação contra STF no caso das sanções dos EUA

Denúncia inclui uso de conexões nos EUA, ameaças a ministros e prejuízos econômicos ao Brasil

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias