Brasília – 8 de agosto de 2025 – O deputado federal Coronel Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados, defendeu publicamente o fechamento do Congresso Nacional. A declaração foi dada nesta sexta-feira (8) à GloboNews, em mais um aceno do bolsonarismo a pautas abertamente antidemocráticas.
A fala ocorre após uma semana de escalada golpista, marcada pela ocupação simultânea das mesas diretoras da Câmara e do Senado por parlamentares de oposição. A ação foi uma reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O protesto que virou ameaça
Durante o ato, deputados e senadores bolsonaristas usaram esparadrapos na boca, em performance teatral para pressionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a pautar pedidos de impeachment contra Moraes.
Em entrevista, Zucco afirmou que, caso as demandas da oposição não sejam atendidas e “o equilíbrio entre os poderes” não seja “restabelecido”, o caminho seria fechar o próprio Parlamento. A contradição é evidente: em nome de “fortalecer” o Legislativo, o líder da oposição sugere extingui-lo — medida incompatível com qualquer regime democrático.
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Câmara reage e repudia ato
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a ocupação como incompatível com a história da Casa e reafirmou que manifestações devem respeitar o Regimento Interno e a Constituição.
Motta acusou os bolsonaristas de priorizarem interesses pessoais em detrimento da população e afirmou que a democracia não pode ser negociada, devendo prevalecer a vontade da maioria.
O que está em jogo
- Por que a fala preocupa? Defesas de fechamento de instituições ferem cláusulas pétreas da Constituição e remetem a períodos autoritários no Brasil.
- Qual o contexto político? A oposição intensifica atos radicais após a prisão de Bolsonaro, apostando na desestabilização institucional.
- Quem se beneficia? Lideranças bolsonaristas que buscam mobilizar sua base com narrativas de “perseguição” e confronto com o STF.
Um aceno perigoso
A defesa do fechamento do Congresso revela a estratégia de tensionar ao limite as instituições para criar um clima de ruptura. Em vez de debater pautas que interessam à população, a oposição aposta em gestos de intimidação contra o sistema democrático — repetindo o roteiro que, em 8 de janeiro de 2023, culminou em violência e depredação.