Brasília — 9 de agosto de 2025 — O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), afirmou que concluirá até quarta-feira (13) o parecer sobre a ação de 14 parlamentares que fizeram motim e ocuparam a mesa diretora e bloquearam o plenário em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento indicará punições, que serão avaliadas pelo Conselho de Ética.
A invasão e a paralisia legislativa
Na terça-feira (5), deputados alinhados ao bolsonarismo ocuparam o plenário e impediram o funcionamento da Câmara por mais de 24 horas. O ato interrompeu votações e sessões, configurando uma obstrução deliberada do processo legislativo. A ocupação foi motivada pela insatisfação com a decisão judicial que colocou Bolsonaro em prisão domiciliar, medida aplicada em meio a investigações por ataques à ordem democrática.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou as denúncias à Corregedoria e defendeu uma “punição pedagógica” para coibir novas ações de bloqueio institucional. Para Motta, permitir impunidade abriria espaço para a repetição de táticas antidemocráticas.
Quem são os investigados
Entre os parlamentares citados estão Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS). Todos têm histórico de defesa de pautas bolsonaristas e de ataques a decisões do Supremo Tribunal Federal. Também aparecem Allan Garcês (PP-MA), Carol de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Marcos Polon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Zucco (PL-RS) e Zé Trovão (PL-SC).
Há pedidos para ampliar a investigação a todos os envolvidos no tumulto, o que pode aumentar a lista de alvos da Corregedoria.
O que está em jogo
A análise de Diego Coronel será um teste para medir a disposição da Câmara em enfrentar métodos de intimidação e bloqueio físico do Legislativo. A omissão abriria precedente grave, normalizando condutas que afrontam a democracia representativa. Por outro lado, punições claras enviariam um sinal de que o Congresso não será refém de atos de força.