Brasília, 11 de agosto de 2025 — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), descartou apoio a uma anistia ampla para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no STF por envolvimento na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Em entrevista, Motta afirmou que a gravidade dos planos de assassinato contra autoridades inviabiliza qualquer perdão institucional e criticou a atuação internacional de Eduardo Bolsonaro.
Planos de morte e ataque à democracia
Em declaração à revista Veja, Hugo Motta destacou que os relatos sobre conspirações para executar autoridades durante a tentativa de tomada violenta do poder são incompatíveis com qualquer proposta de anistia. Segundo o parlamentar, não existe ambiente político para proteger Jair Bolsonaro de responsabilização criminal.
Motta disse estar aberto a debate público no plenário, desde que haja maioria consolidada no colégio de líderes, mas reforçou que não atuará para blindar envolvidos no ataque ao Estado democrático de direito. “Sempre busquei consenso, mas não vou obstruir pautas com apoio legítimo”, declarou.
Eduardo Bolsonaro e a diplomacia paralela
O presidente da Câmara também reagiu às movimentações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado e atuando nos Estados Unidos para pressionar o governo de Donald Trump a interceder pela libertação do pai. Motta classificou a conduta como prejudicial à soberania e à economia brasileira, afirmando que é inaceitável que um deputado em missão pessoal no exterior interfira em decisões internas do Brasil.
Ele assegurou que qualquer representação contra Eduardo seguirá o rito formal no Conselho de Ética, com análise das provas e garantia do devido processo legislativo.
O que está em jogo
- Quem pode ser beneficiado pela anistia? — Parlamentares bolsonaristas defendem incluir Jair Bolsonaro e envolvidos no 8 de janeiro, mas enfrentam resistência.
- Por que os planos de assassinato agravam a situação? — Tais crimes são considerados inafiançáveis e configuram atentado direto contra a democracia.
- Qual é o papel do STF? — O tribunal conduz ações penais contra organizadores e financiadores da tentativa de golpe.
- Como a pressão externa influencia? — A articulação de Eduardo Bolsonaro nos EUA busca apoio político internacional para constranger as instituições brasileiras.
- O que pode acontecer agora? — A pauta depende da correlação de forças no Congresso e da pressão social por punição exemplar.