Brasília, 11 de agosto de 2025 — A Câmara dos Deputados decidiu ampliar de 48 horas para 45 dias o prazo para analisar denúncias contra 14 parlamentares bolsonaristas que ocuparam ilegalmente o plenário em 6 de agosto.
A medida, tomada pela Mesa Diretora, é vista por opositores como manobra para esfriar a responsabilização pelo motim.
Prazo estendido e risco de impunidade
O corregedor da Casa, Diego Coronel (PSD-BA), informou que os deputados envolvidos terão cinco dias para apresentar defesa após serem notificados. Só então começará a contagem dos 45 dias para julgamento. Segundo ele, a ampliação se deve à “necessidade de conforto” para análise — argumento que críticos apontam como abertura para corporativismo parlamentar e protelação do processo.
Possíveis punições
Pelas regras internas, a Mesa Diretora pode aplicar advertência ou suspensão imediata. Já a cassação dependeria de decisão do Conselho de Ética, presidido por Fábio Schiochet (União-SC) e composto por maioria alinhada ao PL e PP — partidos que reúnem grande parte dos investigados.
Motim e contexto político
A ocupação do plenário, classificada como ato antidemocrático, ocorreu em meio à ofensiva bolsonarista contra o STF e à tentativa de deslegitimar o processo legislativo. A ampliação do prazo, dizem analistas, reduz a pressão pública e favorece acordos de bastidor para proteger aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O que está em jogo
Quem são os acusados?
14 deputados da base bolsonarista que interromperam os trabalhos da Câmara no dia 6 de agosto.
Quais punições podem ocorrer?
Advertência, suspensão ou cassação, dependendo da decisão da Mesa Diretora e do Conselho de Ética.
Por que o prazo foi ampliado?
A Mesa alegou necessidade de tempo para análise, mas a oposição vê risco de impunidade.
Qual o impacto político?
A decisão pode fortalecer a sensação de blindagem parlamentar e enfraquecer a confiança pública no Legislativo.