Brasília, 12 de agosto de 2025 – O presidente Donald Trump assumiu o comando da polícia metropolitana de Washington D.C., mobilizando a Guarda Nacional e prometendo 10 anos de prisão para quem danificar estátuas.
A medida, baseada na seção 740 do Home Rule Act, é vista por críticos como ataque à autonomia local, num movimento que ecoa o apoio político e estratégico que Trump mantém ao bolsonarismo, reforçando o alinhamento ideológico entre os dois.
A retórica punitiva lembra episódios no Brasil em que a narrativa de “lei e ordem” foi usada para sufocar dissenso, como no controverso caso Débora do Batom, marcado por arbitrariedade policial e exploração midiática.
Federalização sob justificativa de segurança
Trump justificou a intervenção afirmando que a capital vive “crime, derramamento de sangue e miséria” e que os homicídios superariam índices de cidades como Bogotá e Cidade do México. Apesar do discurso alarmista, dados oficiais mostram que os crimes violentos em D.C. caíram 26% no ano. A prefeita Muriel Bowser, democrata, denunciou a ação como “sem precedentes e ilegal”. Para especialistas, a medida afronta a gestão local e antecipa conflitos jurídicos.
Penas severas para vandalismo a monumentos
O presidente citou uma lei do início do século XX para justificar punições de até 10 anos de prisão para quem tocar ou danificar estátuas. O texto legal, já existente antes de sua gestão, foi usado como bandeira política para reforçar a imagem de tolerância zero.
No Brasil, o caso Débora do Batom ilustrou como figuras e símbolos podem ser instrumentalizados politicamente: o episódio, embora irrelevante para a segurança pública, foi amplificado para sustentar pautas punitivas e distrair de crises maiores — dinâmica que se repete na narrativa trumpista.
Apoio ao bolsonarismo e alinhamento internacional
Trump mantém relação estreita com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como Eduardo Bolsonaro, que atuam internacionalmente contra o STF.
A retórica empregada em Washington D.C. é semelhante à usada por Bolsonaro para justificar intervenções e endurecimento policial, sempre atrelando “segurança” à repressão de opositores e movimentos sociais. Essa simbiose político-discursiva fortalece um eixo transnacional da extrema direita, onde ações locais servem de modelo e inspiração recíproca.
Entenda o caso
Quem controla a polícia em D.C.?
Pela lei, a polícia metropolitana responde ao governo local, mas o presidente pode federalizá-la por até 30 dias em “situações de emergência”.
A criminalidade está aumentando?
Não. Dados oficiais indicam queda contínua, contrariando a justificativa de Trump.
As prisões de 10 anos são novidade? Não. A legislação citada já existia, mas é reinterpretada para reforço político.
O que é o caso Débora do Batom?
Episódio no Brasil em que a prisão de uma mulher acusada de furto de batom foi transformada em espetáculo midiático para sustentar discursos de “tolerância zero”.
Qual a ligação com o bolsonarismo?
O discurso e as práticas de Trump se alinham com a agenda autoritária de Bolsonaro, fortalecendo pautas comuns contra instituições democráticas.

