A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá presa na Itália após audiência judicial, mesmo após alegar mal-estar antes da sessão. O juiz determinou perícia médica para 22 de agosto, com nova audiência prevista sete dias depois para avaliar pedido de extradição ou prisão domiciliar.
Pedido de liberdade rejeitado
Zambelli está detida desde 29 de julho e buscava alternativas para deixar a prisão, alegando fibromialgia rara e disfunções psicológicas. A defesa, composta pelos advogados italianos Pieremilio e Angelo Alessandro Sammarco e Giuseppe Bellomo, não obteve sucesso. A parlamentar chegou à sessão abatida e chorando, acompanhada pelo pai João Hélio Salgado, de 77 anos.
Condenação no Brasil e fuga internacional
A deputada fugiu do Brasil após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, relacionada à invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão da Primeira Turma do STF foi unânime. O caso incluiu a inserção de mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Trâmite judicial na Itália
O processo de extradição pode durar até um ano, período em que a Justiça italiana decidirá sobre a manutenção da prisão, liberdade ou prisão domiciliar. A defesa brasileira no caso é conduzida por Alessandro Gentiloni, responsável por casos de extradição anteriores, como o de Henrique Pizzolato.
Medidas de bloqueio no Brasil
Enquanto isso, Moraes determinou bloqueio de passaportes, contas bancárias, salários e verbas de gabinete da deputada. Redes sociais de Zambelli foram bloqueadas em território nacional, com multa diária de R$ 100 mil por descumprimento. A parlamentar permanece afastada da Câmara dos Deputados, em licença médica e por interesse particular.

