O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Samir Xaud, determinou que a Nike interrompesse a produção da camisa vermelha da Seleção Brasileira, planejada para a Copa do Mundo de 2026.
O dirigente alega que a decisão foi tomada por “patriotismo”, mas a medida ocorre em meio a forte pressão da extrema-direita, que associou a cor ao Partido dos Trabalhadores (PT).
“Fui totalmente contra o vermelho, não por ideologia política, mas pelo patriotismo que tenho pela bandeira”, disse Xaud em entrevista ao programa Seleção SporTV.
Segundo ele, a Nike já iniciou a confecção de um modelo azul para substituir o uniforme vetado.
Polêmica com viés político
A primeira imagem da camisa vermelha apareceu em abril, quando o site especializado Footy Headlines divulgou vazamentos. O modelo gerou imediata reação de grupos bolsonaristas, que inundaram as redes sociais com protestos contra a cor, apontada como “símbolo da esquerda”.
Na época, a CBF ainda era presidida por Ednaldo Rodrigues e negou que o uniforme fosse oficial. Mesmo assim, a discussão tomou corpo e se transformou em mais um campo de batalha ideológica no futebol.
Xaud, investigações e “neutralidade” questionada
Samir Xaud, que assumiu recentemente a presidência da CBF, já aparece em polêmicas políticas. Ele é investigado pela Polícia Federal por suposta ligação com a deputada Helena Lima (MDB) e seu marido Renildo Lima, acusados de envolvimento em um esquema de compra de votos em Roraima.
Ao afirmar que sua decisão sobre a camisa não tem caráter político, Xaud tenta se apresentar como figura “neutra”. No entanto, críticos apontam que o veto atende diretamente a pressões da base bolsonarista, transformando o futebol em palco de disputas partidárias.
“Torcida pelo futebol, não pela política”
Apesar de negar influência ideológica, o presidente da CBF reconheceu que a situação foi “delicada” e prometeu resgatar a confiança dos torcedores. “Quero trazer o torcedor brasileiro de volta pelo futebol, não pela política”, declarou.
Na prática, porém, a intervenção da CBF sobre a camisa reforça o alinhamento da entidade a uma agenda em que a cor da camisa se confunde com a cor da política.

