O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quarta-feira a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais dois anos. A medida ocorre em um momento estratégico, a poucos dias do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal réu.
Apoio em meio a pressões externas
No Palácio do Planalto, a decisão foi interpretada como gesto de respaldo político a Gonet, que recentemente teve o visto de entrada nos Estados Unidos suspenso pelo governo norte-americano. A restrição, estendida a outras autoridades brasileiras, gerou desconforto diplomático. A recondução, portanto, também foi lida como ato simbólico de desagravo e reafirmação de confiança no chefe do Ministério Público Federal.
Proximidade com julgamento histórico
O anúncio acontece às vésperas do julgamento mais relevante da história recente do país. O STF iniciará na próxima semana a análise da ação penal sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro. Ao manter Gonet na chefia da PGR, Lula sinaliza estabilidade institucional no momento em que a Corte decidirá o futuro político e judicial de Bolsonaro.
Perfil técnico e trajetória na PGR
Jurista de carreira e reconhecido pelo perfil técnico, Gonet foi nomeado inicialmente em 2023, quando Lula rompeu com a tradição da lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República.
Desde então, conduziu investigações sensíveis e representou a PGR em processos de grande impacto político e institucional. Sua permanência reforça a estratégia de continuidade na cúpula do Ministério Público.