São Luís, 2 de setembro de 2025 – A Polícia Federal (PF) indiciou Maria Shirlei Piontkievicz, de 57 anos, que gritou e tentou agredir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, durante um voo de São Luís (MA) para Brasília, na tarde de segunda-feira (1º).
Segundo a corporação, Maria Shirlei vai responder por injúria qualificada (art. 140 c/c art. 141, II, do Código Penal) e incitação ao crime (art. 286).

O que aconteceu no voo
De acordo com a assessoria do ministro, Dino estava sentado e trabalhando quando Maria Shirlei embarcou e começou a gritar frases hostis, afirmando que o avião “estava contaminado” com a presença do magistrado e que “não respeita esse tipo de gente”.
Ela tentou se aproximar da poltrona de Dino, mas foi contida por um de seus seguranças. A passageira ainda apontou para o ministro e declarou: “O Dino está aqui”, em clara tentativa de incitar revolta a bordo.
A situação foi controlada pela tripulação, e a comissária-chefe de cabine advertiu a passageira pelo comportamento inadequado.
Quem é Maria Shirlei Piontkievicz
Maria Shirlei Piontkievicz é enfermeira e servidora do governo do Paraná. Ela viajava em excursão com outros 16 turistas que haviam visitado São Luís e os Lençóis Maranhenses.
- Idade: 57 anos
- Origem: família de descendência polonesa
- Residência: Curitiba (PR)
- Perfil pessoal: descrita como discreta nas redes sociais, com publicações sobre família, animais e críticas ao PT e ao STF. Uma de suas últimas postagens públicas, de 2016, trazia uma faixa com os dizeres: “O Supremo Tribunal Federal está acovardado”.
Durante o episódio, a PF decidiu não retirar Maria Shirlei do voo, para evitar prejuízos ao restante do grupo de turistas.
Já em Brasília, ela foi levada para prestar depoimento à Polícia Federal e, após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), foi liberada. O documento registra infrações de menor potencial ofensivo.

Ação da Polícia Federal
Um agente da PF de plantão no aeroporto de São Luís entrou na aeronave ainda antes da decolagem e conversou com a segurança de Dino. Após o pouso em Brasília, Maria Shirlei foi conduzida para o depoimento e formalmente indiciada.
A investigação agora segue em Brasília, e a PF informou que todas as medidas legais estão em andamento.
Repercussão
A assessoria de Flávio Dino classificou as agressões como “inaceitáveis”, ressaltando que além de ofensivas a uma autoridade, colocaram em risco a tranquilidade e a segurança do voo.
“Todas as medidas cabíveis foram adotadas pelas autoridades competentes”, disse a nota oficial.
Contexto político
O caso ocorreu na véspera do julgamento histórico no STF que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Flávio Dino, integrante da Primeira Turma do Supremo, participa diretamente da análise do processo.