O pastor Silas Malafaia afirmou, em entrevista a Gazeta do Povo, que partidos políticos no Congresso já trabalham em uma proposta de anistia para libertar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em até 90 dias após eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Malafaia, a articulação está sendo conduzida por uma bancada ligada ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da legenda na Câmara.
Julgamento no STF
As declarações ocorreram na véspera do julgamento histórico que começa nesta terça-feira (2), no qual Bolsonaro e outros sete réus são acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Malafaia disse acreditar que Bolsonaro “já está condenado”, mas que não permanecerá muito tempo preso no Complexo da Papuda, em Brasília. Segundo ele, ministros como Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Flávio Dino não teriam condições de atuar no processo.
Papel do Congresso
O pastor afirmou que, na sua avaliação, o STF levará o julgamento até o fim apenas por “questões de vaidade”, mas que a decisão final sobre a liberdade de Bolsonaro estaria nas mãos do Congresso.
“Eles vão condenar, mas depois passa a ser problema do Congresso Nacional”, disse Malafaia.
Ele acrescentou que deputados e senadores aguardam apenas a confirmação da condenação para avançar com a proposta:
“Existe uma grande articulação de partidos para aprovar a anistia e liberar Bolsonaro.”
Referências a ministros
Malafaia citou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que afirmou recentemente que “não se anistia sem julgar”, ressaltando que questões políticas cabem ao Congresso.
O pastor também mencionou o ministro Luiz Fux, afirmando que, se não houver pedido de vista no julgamento, isso indicaria que “o acordo já está fechado”.
Previsão de Malafaia
Segundo o líder religioso, a libertação de Bolsonaro poderia ocorrer em até 90 dias após a sentença:
“O Congresso vai resolver. Eles [STF] vão condenar, mas Bolsonaro não ficará preso por muito tempo.”