Brasília – 3 de setembro de 2025 – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), admitiu nesta terça-feira (2) a possibilidade de discutir a anistia a Jair Bolsonaro (PL), após forte pressão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de líderes do Centrão.
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O movimento busca evitar a prisão do ex-presidente, julgado pelo STF por tentativa de golpe de Estado.
A pressão do Centrão (direita enrustida) em Hugo Motta
Ao lado de Arthur Lira (PP-AL), Tarcísio reagrupou deputados da base bolsonarista e convenceu Motta a reavaliar sua resistência em pautar o tema.
“Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e temos que conversar mais”, disse o presidente da Câmara.
Apoio de partidos e saída do governo
O movimento ganhou força após Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil) anunciarem rompimento com o governo Lula. Ambos declararam apoio à anistia e deram prazo para seus ministros entregarem os cargos, ampliando a pressão no Congresso.
Reação do PT
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), denunciou o que chamou de “golpe articulado no parlamento”. Segundo ele, pesquisas de opinião mostram que a maioria da população rejeita a anistia.
“Se o Congresso decidir ficar contra o povo e anular a condenação de Bolsonaro, nós vamos mostrar nossa força nas ruas e nas redes”, afirmou.
Cenário político
Bolsonaro segue inelegível por ataques às urnas eletrônicas e enfrenta julgamento no STF que pode resultar em mais de 40 anos de prisão.
Para seus aliados, a anistia é a única forma de livrá-lo da cadeia e restaurar seus direitos políticos.
Tarcísio, por sua vez, tenta capitalizar a articulação para se firmar como herdeiro político do bolsonarismo.
Ele já prometeu que, se eleito presidente, concederá indulto a Bolsonaro como “primeiro ato de governo”.