Brasília – 3 de setembro de 2025 – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), descartou apoiar a proposta de anistia a Jair Bolsonaro (PL) e aliados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Em meio à pressão da Câmara dos Deputados e ao julgamento do ex-presidente no STF, o senador anunciou que apresentará um texto alternativo para tratar das condenações.
O que propõe o projeto
Segundo Alcolumbre, o texto não prevê perdão, mas sim redução de penas para manifestantes classificados como “massa de manobra” — aqueles que depredaram prédios públicos sem exercer papel de liderança, planejamento ou financiamento.
“Eu vou votar o texto alternativo. É isso que eu quero votar no Senado. Eu vou fazer esse texto e eu vou apresentar”, afirmou à Folha de S.Paulo.
Na prática, a proposta impede que os réus sejam punidos de forma cumulativa pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, mantendo penas mais duras apenas para os organizadores.
Pressão bolsonarista na Câmara
Enquanto isso, na Câmara, o tema da anistia ganhou força após articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e apoio de partidos como PP e União Brasil. O movimento busca barrar eventual prisão de Bolsonaro, que pode superar 40 anos de pena em caso de condenação.
Estratégia política
Alcolumbre já havia discutido a minuta do projeto em abril, mas as negociações esfriaram diante da pressão por uma anistia ampla. Agora, com o julgamento em andamento, ele retoma a defesa do texto alternativo como saída intermediária entre a rigidez da lei atual e a proposta de perdão total.