Brasília – 3 de setembro de 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscou reduzir a tensão após o anúncio da saída de União Brasil e PP da base governista. Em conversa com aliados, Lula brincou ao estender a mão e afirmar que “não estava tremendo”, em gesto interpretado como uma tentativa de demonstrar tranquilidade diante da crise política.
Impacto no governo
O desembarque oficial foi anunciado na terça-feira (2). A federação União Progressista determinou que parlamentares licenciados que ocupam ministérios deixem o governo até 30 de setembro, sob risco de expulsão partidária. A decisão atinge diretamente os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo).
Apesar da perda, Lula avalia que a mudança não altera substancialmente a realidade no Congresso, já que União e PP vinham votando contra projetos do Planalto. O presidente disse a interlocutores que seguirá buscando apoio pontual para aprovar matérias prioritárias.
Risco para votações
Aliados reconhecem, porém, que a saída formal de duas legendas de porte amplia as dificuldades do governo. Hoje, a base conta com 259 deputados, número apenas um pouco acima da maioria simples exigida.
A ruptura também ocorre em um momento em que o Planalto aposta em medidas econômicas e sociais para tentar recuperar a popularidade. A avaliação interna é de que a situação reforça a necessidade de negociações intensas com o Centrão e com partidos independentes.
Relação desgastada
A relação de Lula com União e PP já estava marcada por atritos desde o início do mandato. Com o desembarque oficializado, a expectativa é que as legendas passem a adotar posição de independência ou até de oposição em votações estratégicas, aumentando o desafio de articulação do Executivo.