Brasília – 3 de setembro de 2025 – Parlamentares do PSOL e do PT protocolaram nesta quarta-feira representações no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os pedidos pedem investigação por suposta obstrução de justiça e improbidade administrativa, após a revelação de que o governador teria articulado em Brasília uma anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, medida que incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo documentos enviados ao STF, assinados pela deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP), pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL-SP) e pelo vereador Celso Giannazi (PSOL-SP), a conduta de Tarcísio configuraria abuso de poder e violação da autoridade do Judiciário. O texto afirma que a iniciativa buscou enfraquecer a efetividade da legislação penal e “desrespeitou prerrogativas constitucionais, prejudicando a harmonia entre os poderes e a integridade do Estado Democrático de Direito”.
Além do PSOL, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) apresentou representação à Corte no âmbito da Ação Penal 2668, relatada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele sustenta que houve “interferência direta no exercício do Poder Judiciário” e pediu medidas cautelares contra o governador, como retenção de passaporte, restrição de viagens e proibição de contato com réus e investigados. Para o parlamentar, a atuação de Tarcísio “vai além da liberdade de expressão ou de atuação política” e representa um risco concreto de enfraquecimento do STF no julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe.
Nos bastidores, reportagens apontaram que Tarcísio buscou apoio de líderes do Centrão, entre eles o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de manter conversas reservadas com ministros do STF sobre possíveis caminhos jurídicos para viabilizar a anistia. Aliados do governador defendem que a articulação está ligada à eleição presidencial de 2026, na qual Tarcísio é apontado como alternativa competitiva contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas precisa provar fidelidade ao núcleo do bolsonarismo.
Até o momento, a defesa do governador não se manifestou publicamente sobre as acusações.