Neste domingo (7), o prefeito Eduardo Paes determinou a desocupação de um prédio abandonado no Centro do Rio de Janeiro, ocupado pelo Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
A ação envolveu a Guarda Municipal e a Polícia Militar e atingiu um imóvel previsto para abrigar o Centro Cultural Rio África, que abordará a diáspora africana e está localizado em frente ao Sítio Histórico do Cais do Valongo, patrimônio mundial.
Em publicação no X, Paes classificou a ocupação como “hipocrisia e desordem” e acusou o PSOL de usar o movimento para fins políticos. O prefeito também criticou o governo federal por não destinar terrenos públicos para moradia popular, destacando que a União é o maior latifundiário urbano do Rio.
O prefeito afirmou ter conversado com o governador Cláudio Castro e garantiu que as forças de segurança estarão mobilizadas para impedir novas invasões. “Aqui não passarão”, escreveu Paes, reforçando a linha de ação conjunta entre Executivo municipal e estadual.
Especialistas em política urbana apontam que conflitos como este evidenciam a tensão entre ocupações populares e projetos culturais ou de interesse público, especialmente em áreas de valor histórico. A discussão também envolve a questão da gestão de terrenos públicos e políticas habitacionais no município, que permanecem controversas.
O caso repercute em meio a um contexto de disputas políticas entre a prefeitura, o PSOL e movimentos sociais organizados, mostrando a complexidade do debate sobre uso do espaço urbano e direitos à moradia.