O pastor e empresário da fé Silas Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o ato bolsonarista deste 7 de Setembro, na Avenida Paulista. Em discurso, Malafaia tentou se colocar como vítima de “perseguição política e religiosa” após ser alvo de investigações da Polícia Federal no inquérito que apura a trama golpista contra a democracia.
Discurso de vitimização
Apresentando-se como “perseguido político e religioso”, Malafaia criticou a apreensão de seu passaporte e celular ao retornar de Portugal, determinada pelo STF. Ele declarou:
“É crime dar opinião? É crime dar conselho? É crime influenciar? Todos nós somos influenciadores.”
Organizador do ato em São Paulo e um dos mais próximos aliados de Jair Bolsonaro, o pastor alegou sofrer ataques à sua fé. Não poupou ataques a Moraes, chamando-o de “ditador da toga”, e também mirou contra Lula, a quem chamou de “traidor da pátria”.
Conversas reveladas com Bolsonaro
O inquérito revelou mensagens trocadas entre Malafaia e Jair Bolsonaro em grupos privados. Em uma delas, datada de 11 de julho, o pastor destilou ofensas contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, após declarações sobre política externa.
“Esse seu filho Eduardo é um babaca. Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO!”, escreveu Malafaia, criticando a repercussão da sobretaxa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump ao Brasil.
Segundo a PF, o pastor também usava palavrões e linguagem agressiva para reforçar pressões políticas. No ato, ele tentou justificar:
“É melhor falar coisa indevida do que destruir a democracia brasileira.”
Investigação da Polícia Federal
De acordo com relatório da PF, Malafaia teria atuado “na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas”. O objetivo, segundo os investigadores, era intimidar ministros do Supremo e proteger interesses ilícitos do grupo bolsonarista.
A inclusão do pastor no inquérito, em agosto, ampliou o cerco às lideranças religiosas que atuaram como pilares de mobilização política do bolsonarismo, reforçando o vínculo entre fé, desinformação e ataques às instituições democráticas.