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Da Amazônia, Lula manda recado a Trump após ameaça militar dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta terça-feira (9), em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) e aproveitou a cerimônia para enviar um recado direto ao governo de Donald Trump. Diante de autoridades regionais, Lula afirmou que os países amazônicos não precisam de intervenções externas para enfrentar o crime organizado. O discurso ocorreu horas depois de uma porta-voz da Casa Branca ameaçar o uso de “força militar” contra o Brasil.

Centro de Cooperação e combate ao crime organizado

O CCPI Amazônia reúne forças de segurança do Brasil e de países vizinhos no combate a crimes transnacionais, como garimpo ilegal, desmatamento e narcotráfico. Segundo Lula, a unidade reforça a presença do Estado e fecha espaços ocupados pelo crime.

“Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções”, declarou o presidente. Lula esteve acompanhado do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e de representantes de países da região.

Confronto com os Estados Unidos

O governo norte-americano enviou recentemente navios de guerra para a costa da Venezuela, sob o pretexto de combater cartéis de drogas. Lula classificou a ação como ingerência estrangeira e criticou a postura de Trump.

“É a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem em torno de um objetivo comum. A cooperação regional é a resposta, não a intervenção militar de potências estrangeiras”, afirmou Lula.

O presidente destacou ainda que a luta contra o crime está diretamente ligada à preservação ambiental e ao combate às desigualdades sociais. Em 2024, segundo ele, foram apreendidos mais de US$ 250 milhões em bens e destruídos cerca de US$ 60 milhões em equipamentos ilegais.

Petro denuncia risco de invasão à Venezuela

O presidente colombiano Gustavo Petro reforçou a crítica às movimentações militares dos EUA no Caribe. “Agora a Venezuela está sob ameaça. Não podemos ficar calados. Precisamos nos unir e falar de igual para igual com os Estados Unidos”, disse.

Petro relacionou os interesses na região ao petróleo e comparou as ofensivas norte-americanas a práticas do nazismo na Segunda Guerra Mundial. Ele também citou a cumplicidade dos EUA com os ataques de Israel na Faixa de Gaza, chamando-os de genocidas.

“A América Latina não é território para ser bombardeado por ninguém. É a região da vida, o centro vital do planeta”, concluiu o presidente colombiano.

Defesa da soberania e da democracia

O recado de Lula e Petro é mais um capítulo da crescente tensão entre a América Latina e os Estados Unidos, que utilizam a justificativa da “guerra às drogas” para ampliar presença militar na região. Ao inaugurar o CCPI Amazônia, Lula buscou fortalecer a cooperação regional e reafirmar que a defesa da floresta está indissociável da proteção da democracia e da soberania nacional.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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