O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a expor seu alinhamento incondicional aos Estados Unidos. Nesta terça-feira (9), ele comemorou publicamente a ameaça de ataque militar feita pela administração de Donald Trump contra o próprio Brasil.
A celebração ocorreu no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de 2022, que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro à prisão.
Ameaça da Casa Branca contra o Brasil
A declaração partiu da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que Trump não aceita o julgamento do ex-presidente brasileiro e, por isso, adotou sanções contra o país. “O presidente dos EUA não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, disse.
Leavitt foi além e citou diretamente o Brasil: “A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. O presidente Trump leva isso muito a sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil.”
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Eduardo Bolsonaro celebra submissão
Longe de defender o país, Eduardo Bolsonaro compartilhou o vídeo da ameaça norte-americana e escreveu: “O mundo agradece”. A postura revela sua prioridade: livrar o pai da cadeia, mesmo que isso signifique apoiar o risco de agressão militar estrangeira contra o Brasil.
A atitude do deputado evidencia sua completa subserviência aos EUA e reforça a ligação do clã Bolsonaro com interesses externos, em detrimento da soberania nacional.
Reação do governo Lula
O governo Luiz Inácio Lula da Silva reagiu de imediato. Em nota, o Itamaraty repudiou a ameaça de uso de força militar por parte dos Estados Unidos e destacou que a defesa da liberdade de expressão passa necessariamente pelo respeito à democracia e à soberania.
“O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou de ameaças de força contra a nossa democracia. O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”, afirmou a chancelaria.
A nota conclui ressaltando que “os três Poderes da República não se intimidarão diante de qualquer atentado à nossa soberania” e rejeitou a instrumentalização de governos estrangeiros por forças antidemocráticas no Brasil.
STF e o cerco ao bolsonarismo
A comemoração de Eduardo ocorre em meio ao cerco judicial ao bolsonarismo. O STF já registrou votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino pela condenação de Jair Bolsonaro e ex-ministros acusados de articular a tentativa de golpe de Estado em 2022. O julgamento segue nesta semana e deve definir não apenas a punição do ex-presidente, mas também a extensão das responsabilidades de seus aliados.
A tentativa de utilizar os Estados Unidos como escudo evidencia a fragilidade política e jurídica da família Bolsonaro, que aposta na intimidação estrangeira para tentar reverter decisões de instituições democráticas brasileiras.



