O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou planos para disputar a Presidência da República em 2026, mesmo diante da condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo apuração publicada por Bela Megale, em O Globo, Eduardo traça dois cenários: retornar ao Brasil se houver aprovação de uma anistia ampla no Congresso ou disputar diretamente dos Estados Unidos, onde está desde fevereiro.
Dois cenários de campanha
A hipótese considerada mais favorável é a aprovação de uma anistia que permita a volta de Jair Bolsonaro ao jogo político. Nesse caso, Eduardo teria o apoio declarado do pai, fortalecendo sua candidatura ao Palácio do Planalto. Caso contrário, o parlamentar pretende disputar a partir dos EUA, onde articula alianças políticas e mantém contato com apoiadores da pauta bolsonarista, incluindo pressões contra o ministro Alexandre de Moraes e pela anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
Campanha a distância e obstáculos jurídicos
Inspirado no exemplo do pai, que mobilizou multidões em 7 de Setembro mesmo com restrições judiciais, Eduardo aposta na força da militância digital para sustentar uma candidatura remota. Contudo, ele reconhece entraves legais. Para concorrer, pode ser obrigado a trocar de partido e enfrenta um inquérito no STF por suposta coação de autoridades durante sua estadia nos EUA. Uma condenação poderia torná-lo inelegível.
Manutenção do bolsonarismo em disputa
Apesar dos riscos, Eduardo avalia que lançar-se candidato ajudaria a preservar o bolsonarismo como força política. A estratégia inclui bloquear a ascensão de nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que aparece como alternativa mais moderada da direita. Ao se apresentar como herdeiro político do pai, Eduardo tenta evitar que o movimento seja absorvido por uma “nova via” ou pela chamada “direita permitida”.
Projeto partidário próprio
Paralelamente, Eduardo articula com aliados a criação de uma legenda sob seu comando. O plano inclui deixar o PL e negociar apoio de dirigentes que compartilhem sua linha ideológica, garantindo maior autonomia e poder de liderança. Mesmo admitindo riscos de derrota, ele acredita que a candidatura pode consolidá-lo como principal representante do bolsonarismo em cenário de pós-condenação de Jair Bolsonaro.
