O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta segunda-feira (15) que o governo Donald Trump imporá novas sanções ao Brasil já na próxima semana.
As medidas são uma retaliação direta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à Fox News, Rubio atacou violentamente o Judiciário brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, acusando-os de “opressão judicial”.
Ataque direto à soberania brasileira
Marco Rubio, que também é conselheiro de segurança nacional de Trump, não poupou críticas ao STF. Em tom agressivo, acusou o tribunal de perseguir Bolsonaro e de tentar impor sanções extraterritoriais que afetariam cidadãos e empresas norte-americanas. “Temos esses juízes ativistas – um em particular – que não só perseguiu Bolsonaro, como tentou realizar ações extraterritoriais”, afirmou.
As declarações representam uma interferência direta nos assuntos internos do Brasil e um ataque à soberania nacional. Rubio chegou a afirmar que o Estado de Direito no país estaria em “processo de deterioração” – ironicamente, vindo de um governo que recentemente anunciou perseguição a grupos de esquerda nos EUA.
Crise diplomática e os interesses por trás das ameaças
A ameaça de sanções aprofunda a crise diplomática entre os dois países, que já estava tensa desde a condenação histórica de Bolsonaro.
O anúncio de Rubio sinaliza que o governo Trump pretende usar todo seu poderio econômico e político para pressionar o Brasil e proteger seu aliado ideológico.
É significativo que a retaliação seja anunciada apenas uma semana após a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão.
O timing revela a prioridade que a administração Trump dá ao ex-presidente brasileiro – mesmo ele sendo um criminoso condenado por tentativa de golpe de Estado em seu próprio país.
O duplo padrão da “democracia” norte-americana
A ameaça de Marco Rubio expõe o duplo padrão da política externa norte-americana. Enquanto os EUA se apresentam como defensores da democracia no mundo, seu governo ameaça sanções contra um país soberano porque seu tribunal condenou um ex-presidente por crimes comprovados.
A defesa de Bolsonaro por Trump e Rubio não é sobre princípios democráticos, mas sobre solidariedade entre extremistas. É a mesma administração que persegue opositores internos e questiona eleições agora tentando intimidar o Judiciário brasileiro para proteger um aliado condenado por crimes contra a democracia.
O Brasil não pode ceder a essa chantagem. A condenação de Bolsonaro foi um avanço civilizatório e a resposta às ameaças norte-americanas deve ser firme: a soberania brasileira não está à venda.