Valdemar Costa Neto, presidente do PL e chefe da máquina bolsonarista, declarou guerra à institucionalidade democrática ao ameaçar paralisar o Senado Federal caso o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não paute imediatamente um projeto de anistia que beneficie Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Valdemar deixou claro que seu objetivo é chantagear o sistema político em troca de impunidade para criminosos condenados. “Na minha opinião, a única arma que nós temos dentro da lei é a obstrução. E nós podemos parar o Senado”, declarou, acrescentando que partidos como PSD, PP, Republicanos e setores do União Brasil já estariam alinhados com a tática de bloqueio.
A estratégia golpista do obstructionismo
Valdemar não esconde o jogo: sua ameaça é um ato de sabotagem política para forçar a anistia de um condenado por crimes contra a democracia. Ao mencionar nomes como Gilberto Kassab (PSD) e Hugo Motta (Republicanos-PB), ele explicita a formação de um bloco reacionário disposto a paralisar o país em troca de benefícios ilegítimos.
A fala é um reflexo da fraqueza programática da oposição bolsonarista, que, sem projeto de governo, recorre a táticas de intimidação e queima de instituições. A obstrução não serve aos interesses do povo brasileiro, mas apenas à preservation de uma liderança criminosa e seus cúmplices.
Alcolumbre resiste — mas a pressão aumenta
Davi Alcolumbre, por enquanto, mantém a posição firme: não pautará nenhuma proposta que beneficie diretamente Bolsonaro, por considerá-la inconstitucional. No entanto, a ameaça de paralisação do Senado — onde o bloco bolsonarista possui influência significativa — coloca em risco a governabilidade e a agenda nacional.
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta promete votar ainda nesta quarta-feira (17) o requerimento de urgência para o projeto de anistia. A manobra acelera a tramitação e coloca ainda mais pressão sobre o Senado, numa clara tentativa de criar um fato consumado.
O que está em jogo: anistia × Estado Democrático de Direito
Valdemar foi categórico ao rejeitar qualquer proposta que não inclua Bolsonaro: “Não há essa possibilidade”. A declaração explicita que o objetivo não é “pacificar” o país, mas garantir impunidade para o principal responsável pela tentativa de golpe que resultou em invasões a Três Poderes, mortes e destruição.
A anistia a bolsonaristas é um acinte à vítimas, às instituições e a todo cidadão que defende a ordem constitucional. Trata-se de um pacto de impunidade articulado por partidos que preferem queimar o país a aceitar a autoridade da Justiça.
A “guerra” anunciada por Valdemar não é metáfora: é a declaração aberta de que o bolsonarismo continuará usando todas as armas — legais e ilegítimas — para destruir o Estado Democrático de Direito.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		