Jair Bolsonaro recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (17) e retornou para a prisão domiciliar onde cumpre pena por condenação por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente havia sido internado na terça-feira (16) em um hospital privado de Brasília com quadro de vômitos, tontura e queda de pressão arterial.
De acordo com boletim médico do Hospital DF Star, Bolsonaro foi submetido a hidratação endovenosa e tratamento medicamentoso, apresentando melhora dos sintomas e da função renal. O exame histopatológico das lesões de pele removidas no último domingo (14) confirmou a presença de carcinoma de células escamosas in situ em duas das oito amostras — um tipo de câncer de pele que, segundo os médicos, não exigirá nova cirurgia, mas acompanhamento periódico.
Condições da prisão e autorização do STF
A saída de Bolsonaro de sua residência — onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes em caso de emergência médica. A defesa do ex-presidente teve de comprovar a necessidade do atendimento em até 24 horas, conforme as regras estabelecidas pela Justiça.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Repercussão política e estado de saúde
O episódio ocorre em meio a intensos debates políticos sobre uma possível anistia a bolsonaristas envolvidos nos ataques às instituições — projeto que tem sido articulado por partidos como PL, PP e Republicanos e combatido por ministros do STF, como Flávio Dino.
A confirmação do câncer de pele deve acirrar ainda mais o debate sobre as condições carcerárias do ex-presidente, tema constantemente explorado por sua base aliada. Médicos afirmam, no entanto, que o carcinoma identificado é de baixa agressividade e não oferece risco imediato à vida.