Um protesto gigantesco tomou conta de Brasília (DF) neste domingo (21), reunindo milhares de pessoas contra a PEC da Blindagem — apelidada de PEC da Bandidagem — e o PL da Anistia, que visa beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Movimentos sociais, partidos de esquerda e centrais sindicais lideraram a mobilização, que teve início nas primeiras horas da manhã, com grande concentração na Esplanada dos Ministérios. Cartazes e faixas destacavam palavras de ordem como: “Brasil quer justiça”, “Povo contra anistia”, “Congresso sem bandidagem” e “Trabalhem para o povo”.
Cultura e política unidas no ato
O protesto também contou com apresentações culturais, incluindo show de Chico César, reforçando o caráter democrático e plural do movimento. Parlamentares e líderes de partidos progressistas marcaram presença, reforçando a crítica à PEC da Blindagem e ao PL da Anistia, destacando a necessidade de defender o Estado Democrático de Direito.
PEC da Bandidagem enfrenta resistência popular e política
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara em 16 de setembro com 353 votos a favor, exige que processos criminais contra parlamentares só avancem mediante autorização das Casas Legislativas e votação secreta. Críticos afirmam que a medida amplia o foro privilegiado e cria mecanismos de impunidade política, beneficiando corruptos dentro do Congresso.
O relator da PEC no Senado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já anunciou parecer pela rejeição do texto, apontando inconstitucionalidade e riscos de impunidade generalizada. A pressão das ruas fortalece a expectativa de que o Senado rejeite a proposta.
PL da Anistia também é alvo
O PL da Anistia, apelidado de PL da Dosimetria, tramita em regime de urgência e visa revisar penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Para os manifestantes, representa mais um ataque à democracia e uma tentativa de blindar criminosos políticos.