O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais neste domingo (21) para difundir fake news sobre os protestos contra a PEC da Blindagem e o Projeto de Anistia, que ocorreram em diversas capitais do país.
Leia também: Nikolas Ferreira tem rosto exposto ao lado de deputados que aprovaram PEC da Blindagem: “Traidores”
Em publicação no X, o parlamentar compartilhou imagens feitas horas antes do início do ato em São Paulo e ironizou: “Nem com Rouanet vingou”. A fala, no entanto, não corresponde à realidade. Levantamento da USP mostra que a mobilização deste domingo superou em número de participantes o ato bolsonarista de 7 de setembro, celebrado pela direita como um “sucesso”.
Reações da direita
A estratégia de desqualificação também foi repetida por outros aliados de Jair Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia chamou os atos de obra de uma esquerda “cretina”, que segundo ele teria recorrido a artistas para atrair público. Já o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) publicou imagens de Brasília e declarou que a esquerda estaria “sempre passando vergonha”.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), atacou o cantor Caetano Veloso em postagem com caricatura. O parlamentar sugeriu que o artista se oporia à anistia enquanto seria a favor da censura. “Esse é o comunista hipócrita, que gosta de ganhar milhões…”, escreveu.
Mobilização nacional
As manifestações tiveram dois eixos centrais: a rejeição à anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e a crítica à PEC da Blindagem, aprovada na Câmara no último dia 16. A proposta dificulta a abertura de ações penais contra parlamentares, o que especialistas consideram um retrocesso jurídico e político.
Os atos começaram pela manhã em cidades como Brasília, Natal, Salvador, Belém, Belo Horizonte, Manaus e São Luís. À tarde, ganharam força em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, além de dezenas de outros municípios.
Mesmo diante das tentativas da oposição de minimizar a mobilização, as ruas cheias mostraram que há forte reação popular contra medidas vistas como ataques à democracia e à responsabilização de golpistas.
