O lendário músico britânico Roger Waters, cofundador do Pink Floyd, publicou neste domingo (12) um vídeo contundente nas redes sociais em que critica duramente o Comitê Norueguês do Nobel pela decisão de conceder o Prêmio Nobel da Paz de 2025 à venezuelana María Corina Machado, principal líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro.
Segundo o Comitê, a escolha de Machado reconhece “sua luta em defesa da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”, além de “resistir à militarização da sociedade e buscar unir a oposição em torno de uma transição pacífica”.
“Nobel deve estar se revirando no túmulo”, diz Waters
No vídeo, Roger Waters ironiza a decisão e acusa o Comitê de deturpar o conceito de paz:
“María Corina Machado, o Comitê Norueguês do Prêmio Nobel da Paz decidiu dar a você o Prêmio Nobel da Paz de 2025. Nobel deve estar se revirando no túmulo. Eu sei que ele inventou a dinamite e ele provavelmente era um idiota completo.”
O músico comparou a premiação da venezuelana à possibilidade de premiar Donald Trump, dizendo que ambas seriam igualmente absurdas:
“O prêmio também poderia ter sido dado a Donald Trump. Não é menos absurdo. Comecem a se comportar como seres humanos. Comecem a se comportar como se vocês tivessem um QI acima da temperatura ambiente. María Corina Machado é uma idiota. Ela não tem nada a ver com a paz.”
Críticas ao Comitê e defesa da Palestina
Waters também relembrou outras decisões polêmicas do Nobel da Paz, mencionando nomes como Henry Kissinger:
“Eu sei que vocês também não se importam com a paz. Vocês deram o prêmio a Henry Kissinger. Vocês estavam cogitando dar o prêmio a Donald Trump. Isso não tem nada a ver com a paz.”
O artista afirmou que a verdadeira paz está ligada à justiça social e aos direitos humanos universais:
“A paz é sobre expressar a verdade e o amor para nossos irmãos e irmãs em todo o mundo. E sobre apoiar a ideia de direitos humanos universais e iguais.”
Waters encerrou a gravação criticando o plano de paz dos Estados Unidos para Gaza, que envolve o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, e fez uma defesa enfática do povo palestino:
“Então, por que não começamos com nossos irmãos e irmãs na Palestina? E sabemos que esse plano de paz, com o maldito Tony Blair envolvido com as pessoas que dirigirão Gaza… Vocês são loucos? Sim, vocês são.”
Repercussão política
A escolha de María Corina Machado gerou forte reação na América Latina. O presidente colombiano Gustavo Petro classificou a decisão como um “prenúncio de guerra na América do Sul” e alertou para o risco de uma “intervenção estrangeira na Venezuela”.
A premiada, por sua vez, celebrou o reconhecimento, dizendo que o Nobel “honra a resistência do povo venezuelano que não desistiu da democracia”.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
		
		
		
		
		
		
		
		