O Mais Rejeitado

Lula ironiza Eduardo Bolsonaro: “meu camisa 10”; Pai e Centrão o culpam por derrocada da direita

Presidente brinca sobre papel involuntário do deputado na crise gerada pelas tarifas de Trump; Centrão assume comando da oposição em 2026

Vanessa Neves
por
Vanessa Neves
Vanessa Neves é Jornalista, editora e analista de mídias sociais do Diário Carioca. Criadora de conteúdo, editora de imagens e editora de política.
Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) adotou tom irônico em conversas com seus assessores, referindo-se ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como “meu camisa 10”. A expressão é uma alusão ao papel involuntário do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro na melhora da popularidade do governo petista, após as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, que Eduardo articulou junto ao governo Donald Trump.

Tarifas e crise política impulsionaram governo Lula

Segundo a coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo, Lula brinca que Eduardo Bolsonaro “jogou a favor” do atual governo, já que o tarifaço de julho, que prejudicou as exportações brasileiras, gerou insatisfação entre empresários e eleitores de direita, permitindo ao petista se reposicionar politicamente.

Enquanto Eduardo vive nos EUA desde março e enfrenta isolamento no campo bolsonarista por confrontos com líderes da extrema-direita, Lula reforça sua recuperação com medidas populares como isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e ampliação da conta de luz gratuita para famílias de baixa renda.

Centrão descarta Eduardo Bolsonaro para 2026 e assume liderança da oposição

Em sinal claro da divisão interna, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) declarou publicamente que Eduardo Bolsonaro “causou um prejuízo muito grande para 2026”. A declaração reforça a tese de que o Centrão vai comandar a campanha da oposição, rejeitando o deputado como candidato presidencial, mesmo com Jair Bolsonaro atuando como cabo eleitoral.

O líder do PL, Valdemar Costa Neto, também criticou Eduardo, afirmando que ele pode acabar “matando o pai” na disputa eleitoral ao insistir numa candidatura própria. Eduardo rebateu chamando a crítica de “canalhice”, mas a disputa interna acirrou o racha no bolsonarismo.

Tentativas frustradas de enquadrar Eduardo Bolsonaro

O Centrão fez esforços reiterados para conter Eduardo, incluindo viagens de emissários, mas não obteve sucesso. Na ausência de controle sobre o deputado, o grupo passou a manifestar publicamente sua insatisfação, apostando em outros nomes para 2026, inclusive o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Aceno ao STF e reafirmação da legalidade

A crítica de Ciro Nogueira também serve como um sinal ao Supremo Tribunal Federal (STF), diante da atuação de Eduardo nos Estados Unidos para tentar influenciar o julgamento do pai. Valdemar Costa Neto já havia declarado respeito à decisão da Corte, enfatizando que o Supremo deve ser acatado mesmo diante da repressão política.

Seguir:
Vanessa Neves é Jornalista, editora e analista de mídias sociais do Diário Carioca. Criadora de conteúdo, editora de imagens e editora de política.