Durante entrevista coletiva na Malásia, na madrugada desta segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou ao comentar o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrido no domingo (26), durante a Cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
O petista afirmou que a conversa com o republicano foi marcada por respeito e empatia, ressaltando que manterá uma relação de igualdade e soberania entre os dois países. Em tom indireto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula declarou que “ninguém gosta de vassalo” e que não se submeterá a uma postura de servilismo em relação a líderes estrangeiros.
“Eu respeito o presidente dos Estados Unidos porque ele foi eleito pelo povo americano, e quero o mesmo respeito porque fui eleito pelo povo brasileiro. É só isso. Ninguém gosta de lambe-botas, ninguém gosta de puxa-saco, de vassalo”, disse Lula, emocionado.
“É química, não política”
Durante a entrevista, Lula comentou o termo “química” usado por Trump para descrever o encontro. Segundo o presidente, a afinidade entre ambos transcende as diferenças ideológicas:
“Eu sempre digo que o ser humano é 80% química e 20% razão e emoção. Somos tocados pelo olhar, pela emoção. Acho que foi isso que aconteceu entre mim e o presidente Trump.”
O presidente brasileiro relatou que Trump demonstrou conhecimento sobre sua trajetória, incluindo o período de prisão durante a Operação Lava Jato — que Lula voltou a classificar como um caso de lawfare. O petista disse ter ficado “lisonjeado” ao saber que o republicano conhecia sua história.
“Eu fiquei muito lisonjeado quando soube que ele sabia da minha vida. Disse a ele que minha relação não é sobre ideologia, é sobre respeito. Ele foi eleito presidente dos EUA, e eu fui eleito presidente do Brasil”, afirmou.
Reconhecimento e emoção
Visivelmente emocionado, Lula refletiu sobre sua trajetória e o significado do respeito conquistado ao longo da carreira política.
“Não é fácil o povo brasileiro eleger alguém que veio de baixo, sem diploma universitário, para ser presidente da República. Eu sei de onde vim, sei onde estou e sei para onde vou quando deixar a Presidência.”
Lula encerrou destacando o valor da autenticidade e da dignidade na política internacional:
“Aprendi que um ser humano só respeita quem se respeita. E eu conquistei o direito de andar de cabeça erguida. Isso não tem preço.”
