Embate

Glauber Braga chama Cláudio Castro de “criminoso em série” após chacina no Rio

Deputado do PSOL afirma que governador usou operação policial para se blindar politicamente e critica atuação seletiva do governo

Juliana Martins
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Juliana Martins é jornalista carioca focada em cultura, eventos e vida urbana no Rio de Janeiro. Seu trabalho destaca histórias do cotidiano e curiosidades locais, conectando...
Glauber Bragaa - © Lula Marques/ Agência Brasil

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) fez duras críticas ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), nesta segunda-feira (3), ao comentar a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em pelo menos 119 mortos. Em entrevista à TVT News, Glauber Braga classificou Castro como “criminoso em série e defendeu sua responsabilização política e judicial.

“Não dá para fazer mediações com aquilo que ele realizou. Se trata de um criminoso, um criminoso em série, que utilizou de uma operação para fortalecer o seu poder político e para se livrar dos processos que existem contra ele”, afirmou o parlamentar.

Segundo Braga, o governador estaria motivado por pressão eleitoral e processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele afirmou que a operação não visou enfrentar a criminalidade, mas fortalecer o palanque eleitoral de Castro:

“Ele precisava se blindar das acusações, e faz isso através de uma matança.”


Críticas à política de segurança do estado

O deputado acusou o governo do Rio de atuar de forma seletiva, favorecendo grupos armados e milícias na disputa por território, e denunciou o que chamou de “terceirização do poder político”:

“Não tem absolutamente nada a ver com enfrentamento ao crime, porque o crime de colarinho branco almoça e janta com o governador do estado do Rio de Janeiro de maneira cotidiana.”

Braga também citou episódios de alianças políticas em áreas de domínio de milicianos, como visitas de Flávio Bolsonaro à Maré em 2018, apontando contradições nos discursos de segurança da extrema direita.

“As ações colocadas em prática por Cláudio Castro, para além de não serem legítimas, são criminosas e têm como objetivo protegê-lo politicamente e ampliar o seu poder político, econômico e eleitoral.”

Para o parlamentar, a extrema direita tenta usar a matança como nova bandeira política, enquanto a esquerda precisa disputar a narrativa:

“A batalha perdida é aquela que você tomou a decisão de antemão de não entrar no campo para jogar. Nós temos que fazer essa disputa. Se a esquerda ficar com medo, a gente vai perder de goleada.”


Soluções e alerta para expansão da violência

Braga destacou que as soluções reais passam por políticas sociais, citando abandono de escolas, alto índice de desemprego juvenil e ausência de um plano estadual de redução de homicídios:

“O estado do Rio de Janeiro não tem um plano de redução de homicídios, nem investimento maciço em ações sociais que garantam direitos básicos nos territórios historicamente excluídos.”

O deputado alertou ainda sobre a possibilidade de expansão da política de extermínio para outras regiões da Baixada Fluminense:

“É uma questão de sobrevivência pros moradores do Rio de Janeiro, porque senão essa política de matança se expande ainda mais para outras regiões — Queimados, Belford Roxo, Seropédica.”

Enquanto o STF cobra respostas de Cláudio Castro, organizações de direitos humanos denunciam execuções sumárias e famílias buscam desaparecidos em meio a denúncias de manipulação de cenas do crime. A TVT News segue acompanhando os desdobramentos jurídicos e políticos da maior chacina da história recente do Rio de Janeiro.

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Juliana Martins é jornalista carioca focada em cultura, eventos e vida urbana no Rio de Janeiro. Seu trabalho destaca histórias do cotidiano e curiosidades locais, conectando os leitores com a cidade de forma leve e envolvente.