domingo, 21/12/25 - 04:12:27
24 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaPF aponta que deputado bolsonarista e esposa movimentaram R$ 170 milhões por...
Bolsonarismo Raiz

PF aponta que deputado bolsonarista e esposa movimentaram R$ 170 milhões por empresa considerada de fachada

Atualizado em 17/12/2025 13:19

A Polícia Federal (PF) aponta que o deputado bolsonarista Vicentinho Júnior (PP-TO) e sua esposa, Gillaynny Marjorie Duarte Borba de Oliveira, movimentaram R$ 170 milhões em seis anos por meio da GMD Borba Distribuidora Eireli, considerada empresa de fachada pela investigação da Operação Overclean. A operação apura um esquema de intermediação de propina em contratos públicos no Tocantins, segundo informações da colunista Natália Portinari, do UOL.

De acordo com relatório da PF, uma planilha apreendida no fim de 2024 com os empresários Fábio e Alex Parente mostra o controle de pagamentos de propina relacionados a um contrato da Secretaria de Educação do Tocantins.

No documento aparece o codinome “Vic”, com registros de valores e datas que coincidem com repasses feitos pelos investigados à empresa registrada em nome da esposa do deputado.

Entre janeiro de 2019 e abril de 2025, a GMD Borba Distribuidora recebeu R$ 85 milhões em créditos e registrou R$ 85 milhões em débitos, funcionando, segundo a PF, como uma “conta de passagem”.

Mais Notícias

Alexandre de Moraes autoriza cirurgia de Jair Bolsonaro

Ministro do STF libera procedimento eletivo, envia autos à PGR e reafirma ausência de requisitos para prisão domiciliar

Milagre: Sóstenes Cavalcante declarou R$ 4,9 mil em bens em 2022; PF apreendeu R$ 430 mil

Líder do PL disse que dinheiro vivo encontrado em casa seria resultado da venda de um imóvel e que não houve tempo para depósito bancário.

O relatório afirma: “É possível afirmar, com elevado grau de certeza, que os valores descritos na planilha de controle de pagamento de propina, relacionados ao codinome ‘VIC’, teriam sido, de fato, canalizados a VICENTE ALVES DE OLIVEIRA JUNIOR (Vicentinho), por meio da GMD Borba Distribuidora Eireli, registrada em nome da cônjuge do deputado federal”.

Contrato suspeito e repasses dos Parente
A investigação aponta que a empresa Larclean Saúde Ambiental, dos irmãos Parente, venceu uma licitação do governo do Tocantins em 2020 após suspeita de fraude que teria desclassificado sete concorrentes com preços menores.

O contrato de dedetização, inicialmente de R$ 13,6 milhões, recebeu aditivos que elevaram o valor para R$ 59,2 milhões, apesar de a PF indicar preço 660% acima do valor de mercado.

Entre 2023 e 2024, outra empresa dos irmãos, a BRA Teles, repassou R$ 260 mil à GMD Borba Distribuidora. Considerando outros intermediários, a PF estima que Vicentinho Júnior e Gillaynny Borba tenham recebido R$ 420 mil dos empresários.

Em diligências no endereço da empresa, em Sítio Novo do Tocantins (TO), vizinhos relataram à PF que a suposta distribuidora de bebidas funcionou por pouco tempo. O deputado afirmou que a empresa pertencia ao sogro, falecido em abril de 2024, mas os pagamentos continuaram mesmo após a morte.

No endereço em que está registrado o CNPJ da GMD Borba Distribuidora na Receita Federal, há outros estabelecimentos em funcionamento.

STF nega buscas e bloqueio de bens
A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a realização de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 420 mil em bens do deputado e da esposa. Os pedidos foram negados pelo ministro Nunes Marques, relator do caso, com parecer contrário da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na decisão, o ministro afirmou que a PF não comprovou conexão direta entre os pagamentos à empresa da esposa do deputado e a fraude licitatória investigada.

Procurado, Vicentinho Júnior negou irregularidades. “Sou um homem disciplinado no meu mandato, nunca fui investigado”, declarou. Sobre os pagamentos à empresa da esposa, disse tratar-se de “rotinas da minha vida pessoal” e afirmou já ter esclarecido o tema nos autos.

Outros investigados citados na planilha
A planilha apreendida também aponta repasses mensais a outros investigados, segundo a PF:

Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, codinome “NE”R$ 15 mil por mês
Danilo de Azevedo Costa, ex-secretário de Educação do Tocantins, codinome “Dan”R$ 10 mil por mês
Luiz Cláudio Freire de Souza França, advogado e segundo secretário nacional do Podemos, codinome “Fran”R$ 10 mil por mês
Itallo Moreira de Almeida, ex-integrante da Secretaria de Educação, codinome “Ita”R$ 10 mil por mês
Éder Martins Fernandes, ex-secretário executivo da Educação, codinome “CAB”R$ 4,4 milhões em repasses

Rede investigada pela Operação Overclean
A Operação Overclean investiga uma rede de empresas ligadas aos irmãos Parente e ao empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, com contratos públicos no Tocantins, Bahia, Goiás e Minas Gerais.

A PF também solicitou buscas contra o deputado Elmar Nascimento (União-BA), pedido negado pelo STF, e investiga ainda Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) e Dal Barreto (União-BA), que teve o celular apreendido. Todos negam envolvimento.

JR Vital
JR Vitalhttps://diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Alexandre de Moraes autoriza cirurgia de Jair Bolsonaro

Ministro do STF libera procedimento eletivo, envia autos à PGR e reafirma ausência de requisitos para prisão domiciliar

Milagre: Sóstenes Cavalcante declarou R$ 4,9 mil em bens em 2022; PF apreendeu R$ 430 mil

Líder do PL disse que dinheiro vivo encontrado em casa seria resultado da venda de um imóvel e que não houve tempo para depósito bancário.

STM abre processo para avaliar indignidade de Bolsonaro

Corte militar admite representação apresentada por Natália Bonavides e inicia tramitação para avaliar indignidade de oficiais condenados por tentativa de golpe.

Renan chama o irmão Carlos Jordy de Vagabundo e Traficante após ação da PF

No vídeo, Renan amplia as críticas e relata episódios do passado do irmão

Sóstenes diz que os mais de R$ 400 mil apreendidos pela PF são de venda de imóvel

Deputado afirma que dinheiro encontrado em casa estava lacrado e identificado; PF investiga desvio de cotas parlamentares por meio de contratos simulados.

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas