O Governo Federal reduziu o valor do repasse destinado à festa de Réveillon de Marabá, no sudeste do Pará, marcada para 31 de dezembro. A medida impactou o financiamento do show do cantor bolsonarista Zezé Di Camargo, contratado pela prefeitura por R$ 1 milhão, e provocou a revolta do prefeito Toni Cunha (PL-PA).
Acusação de perseguição
O episódio veio a público neste sábado (20), após o prefeito afirmar que o governo Lula teria cancelado o recurso às vésperas do evento por motivação política, tanto contra o município quanto contra o artista.
Comparação de cachês
Segundo Toni Cunha, o cachê acertado com Zezé Di Camargo seria o dobro do valor que o cantor receberia em São José do Egito (PE), onde um show previsto para janeiro foi cancelado após declarações do artista contra o SBT. O prefeito afirmou que o valor já estava empenhado no orçamento municipal.
Nota do ministério
O Ministério do Turismo negou o cancelamento do convênio. Em nota ao UOL, informou que houve apenas uma readequação técnica, com redução do repasse de R$ 2 milhões para R$ 1,39 milhão, em razão da classificação de Marabá no Mapa do Turismo Brasileiro.
Autonomia municipal
A pasta declarou ainda que não interfere na escolha das atrações contratadas pelos municípios e que a decisão sobre o uso dos recursos cabe exclusivamente às prefeituras. O ministério não informou quando comunicou oficialmente a mudança ao município.
Manutenção do show e judicialização
Mesmo com a redução do repasse, o prefeito decidiu manter a apresentação de Zezé Di Camargo. Segundo ele, a prefeitura arcará com a diferença com recursos próprios e a Procuradoria do Município foi orientada a acionar a Justiça contra o governo federal.
Críticas e bastidores políticos
Toni Cunha também associou o corte à saída do então ministro do Turismo Celso Sabino, demitido pelo presidente Lula dias antes. Em publicações nas redes sociais, classificou a medida como perseguição política e criticou o uso, segundo ele, discriminatório de recursos públicos.
Reação da população
A programação do Réveillon de Marabá inclui ainda shows de Joelma e Michele Andrade em 30 de dezembro. A manutenção do show de Zezé Di Camargo gerou críticas de moradores nas redes sociais da prefeitura, com questionamentos sobre o cachê e pedidos para destinação dos recursos a saúde e educação.
