Imperialismo Pirata

Irã oferece ajuda à Venezuela após pirataria dos EUA e apreensões de petróleo

por 21 de dezembro de 2025
Ali Khamenei, líder do Irã, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Foto: reprodução
Ali Khamenei, líder do Irã, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Foto: reprodução
Atualizado em 21/12/2025 18:59

O Irã ofereceu apoio direto ao governo de Nicolás Maduro para enfrentar o que Caracas classifica como “pirataria” e “terrorismo internacional” praticados pelos Estados Unidos contra o transporte de petróleo venezuelano.

Oferta de cooperação

O governo da Venezuela afirmou neste sábado (20) que o Irã se colocou à disposição para cooperar “em todas as áreas” diante do que considera atos de pirataria e terrorismo internacional praticados pelos Estados Unidos contra o transporte de petróleo venezuelano. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, após conversa telefônica com o chanceler iraniano Abbas Araghchi, segundo informações da CNN Brasil.

Diálogo bilateral e acusações

Em mensagem publicada no Telegram, Gil disse que os dois discutiram o fortalecimento das relações bilaterais e os “desenvolvimentos recentes no Caribe, especialmente ameaças”, além do que chamou de “roubo de navios carregados com petróleo venezuelano”.

Apreensões no Caribe

A manifestação ocorreu poucas horas depois de os Estados Unidos apreenderem mais um navio com petróleo nas proximidades da costa venezuelana. A ação integra a ofensiva anunciada pelo presidente Donald Trump, que prometeu um “bloqueio total” a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. Trata-se da segunda apreensão conhecida em dezembro, em meio ao aumento da presença militar estadunidense na região.

Caso Skipper

No dia 10 de dezembro, forças dos EUA interceptaram o petroleiro Skipper, alvo de sanções por ligações com o Irã. Segundo autoridades norte-americanas, a embarcação transportava petróleo bruto venezuelano e seguia para Cuba, com destino final à Ásia após intermediação de vendedores cubanos. Na ocasião, Trump afirmou que os EUA haviam tomado “um navio muito grande por uma ótima razão” e, ao ser questionado sobre a carga, respondeu: “Acho que vai ficar conosco”.

Confirmação oficial

A nova apreensão foi confirmada pela secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, que declarou em publicação no Facebook que o país continuará a perseguir o movimento ilícito de petróleo sancionado usado para financiar o narcoterrorismo na região. Segundo Noem, a Guarda Costeira realizou a ação antes do amanhecer, com apoio do Pentágono.

Versões e detalhes

Autoridades norte-americanas ouvidas pelo Washington Post, sob anonimato, disseram que a operação ocorreu sem divulgação da localização exata ou do tipo de carga. A Reuters informou que a interceptação aconteceu em águas internacionais, na costa da Venezuela. Já o New York Times relatou que o navio tinha bandeira do Panamá e transportava petróleo venezuelano, embora não conste da lista pública de petroleiros sancionados pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Fontes da indústria disseram que a carga pertenceria a uma empresa comercial sediada na China, com histórico de envio de petróleo venezuelano para refinarias chinesas.

Reação de Caracas

Em comunicado, o presidente Nicolás Maduro afirmou que o país “exige o fim da intervenção brutal e ilegal dos Estados Unidos”. O governo venezuelano sustenta que as interdições configuram atos de pirataria e ampliam o cerco econômico contra Caracas.

JR Vital

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.