Frei Gilson já removeu mais de 2000 vídeos do Youtube após acusações de ligação com a extrema-direita

Religioso remove conteúdo após polêmica

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Frei Gilson - Foto: Divulgação

São Paulo – O sacerdote católico Frei Gilson, conhecido por suas pregações e conteúdos religiosos, apagou ou colocou em modo privado 2.022 vídeos de seu canal no YouTube nos últimos 14 dias. A remoção acontece em meio a discussões sobre sua suposta relação com setores da extrema-direita.

O frei, que possui milhões de seguidores e tem forte apoio de grupos conservadores, foi acusado por internautas de promover pautas políticas e incentivar votos no bolsonarismo. A polêmica ganhou força após ele reunir mais de 1 milhão de fiéis em uma live durante o início da Quaresma.

Remoção em massa dos vídeos

Dados da plataforma Social Blade, especializada em monitoramento de redes sociais, indicam que os vídeos foram retirados em duas etapas principais:

  • Entre 13 e 15 de março: 1.331 vídeos removidos;
  • A partir de 17 de março: mais 691 vídeos deletados.

Antes da polêmica, o canal possuía mais de 5.000 vídeos. Atualmente, restam 3.157.

Apesar da remoção, o frei viu seu número de inscritos aumentar. Nos últimos 14 dias, o canal ganhou 740 mil novos seguidores, chegando a 7 milhões de inscritos.

Posicionamento de Frei Gilson

Procurada pelo jornal Estadão, a assessoria do frei declarou que ele está focado na Quaresma e não irá comentar a remoção dos vídeos.

Um levantamento do jornal O Globo revelou que a maioria dos vídeos deletados eram de 2018 a 2024, incluindo reflexões bíblicas e aconselhamentos espirituais. O maior volume de remoção envolveu conteúdos de 2022, ano das eleições presidenciais.

Associação com Bolsonaro e investigação da PF

Embora nunca tenha declarado apoio a Jair Bolsonaro (PL), Frei Gilson foi associado ao ex-presidente por internautas. Bolsonaro comentou sobre o religioso na rede X (antigo Twitter), chamando-o de “fenômeno em oração, juntando milhões pela palavra do Criador”.

O nome do frei apareceu no inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado, que embasou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros 33 investigados.

O frei não é investigado, mas recebeu de Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, um dos indiciados, um texto conhecido como “oração do golpe”. José Eduardo, por sua vez, teve as medidas cautelares revogadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana.


Entenda o caso: Frei Gilson e a remoção de vídeos

  • Quem é Frei Gilson? Sacerdote católico com milhões de seguidores e conteúdos religiosos populares.
  • Quantos vídeos foram apagados? 2.022 vídeos removidos em 14 dias.
  • Motivo da remoção? Suspeitas de ligação com a extrema-direita e polêmicas políticas.
  • Como isso afetou seu canal? Apesar da remoção, ele ganhou 740 mil novos inscritos.
  • Há investigação contra o frei? Não, mas seu nome apareceu em documentos da PF.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.