O jovem Paulo Henrique Sampaio Ortiz, 22 anos, procurou ajuda médica apresentando tosse com sangue. Transferido para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, recebeu o diagnóstico de Pneumonia e Derrame Pleural e foi operado, perdendo parte do pulmão que estava necrosado. Passados dois meses, ainda convive com um cateter enquanto faz exames na esperança da alta médica.
Embora seja fumante de cigarros de tabaco, o problema de saúde foi desenvolvido pelo uso de narguilé e cigarro eletrônico, também conhecido como vape. Em depoimento ao portal Campo Grande News, o jovem lamenta a situação:
“Cigarro comum eu sempre fumei, mas narguilé e vape eu usava bem pouco, sempre em rodinhas de amigos. O cheiro me agradava, mas a fumaça nem tanto, por isso não usava com frequência. […] Quando somos novos, não pensamos nas consequências. É preocupante porque os jovens usam como rotina, todos os dias. Isso foi um aprendizado para mim e também para os meus colegas”, ressaltou.
Entretanto, o sofrimento causado pela doença foi agravado também por problemas financeiros. No caso, Paulo afirma que sua mãe teve que se demitir para auxiliar nos cuidados médicos, “Não tenho como fazer as coisas sozinho depois de cirurgia, então ela teve que me ajudar. Por isso estou pedindo essa ajuda. Também quando eu tiver alta vou precisar de remédios que não tem nos postos”, enfatiza.
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Enquanto se recupera, foi iniciada uma campanha pedindo doações para o custeio dos medicamentos e também para as despesas da família. Para doar, clique aqui.
Anvisa proíbe venda de vape
Conforme noticiado pelo Diário Carioca, a proibição foi determinada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entretanto, apesar de ser proibida a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, parte da população faz uso do produto.
Na ocasião, o diretor-executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, demonstrou preocupação e ressaltou que, “De certa forma, a gente ainda consegue manter índices muito inferiores aos de nações onde é liberada a venda”.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), o cigarro eletrônico e o narguilé são ainda mais danosos que o cigarro convencional, podendo causar câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, morte súbita e hipertensão arterial.
Recomenda-se que seja procurado atendimento médico no caso de sintomas como tosse, dor torácica, dispneia, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso.