Aldrey Ribeiro, uma figura conhecida entre os grupos que buscam o retorno ao judaísmo no Nordeste do país, viveu um episódio marcante de restrição durante uma passagem por São Paulo. Ao tentar entrar numa sinagoga da capital paulista, Ribeiro foi parado pelo segurança na porta.
Segundo relato do próprio Aldrey, a conversa foi direta: o funcionário pediu seu sobrenome. Após ele responder com “Ribeiro”, ouviu em seguida uma resposta que o deixou sem reação: “Então não entra”.
O caso ganhou nova repercussão após ser relatado no documentário “Os novos judeus do Nordeste”, dos jornalistas João Fellet e Felix Lima, disponível no YouTube da BBC News Brasil. A produção acompanha brasileiros que cresceram em famílias cristãs, passaram por processos formais de conversão e criaram suas próprias sinagogas na região, um movimento que tem chamado a atenção de instituições judaicas e autoridades em Israel.
Protocolo de Segurança ou Discriminação?
Ouvido pela BBC News Brasil, o rabino Shamai Ende afirma que a restrição de entrada em sinagogas não tem relação com sobrenome ou origem regional, mas sim com protocolos de segurança. Ele aponta riscos de ataques e diz que, por isso, o acesso costuma ser controlado.
No entanto, o relato de Aldrey Ribeiro levanta a suspeita de discriminação baseada na origem e no sobrenome, que não é tradicionalmente associado à comunidade judaica estabelecida em São Paulo. O documentário apresenta histórias de comunidades que reivindicam raízes sefarditas e discute os desafios enfrentados por quem decide seguir esse caminho em meio a comunidades já formadas.

