Logo da AWS, da Amazon | Crédito: Reprodução

Na madrugada desta segunda-feira (20), uma severa interrupção nos serviços da Amazon Web Services (AWS) provocou instabilidade generalizada na internet, afetando aplicativos como Mercado LivreSnapchatCoinbaseRoblox e McDonald’s. O maior provedor de nuvem do mundo relatou o início do problema pouco após as 3h na região US-East-1, na costa leste dos Estados Unidos, ressaltando sua influência no funcionamento de plataformas globais por sua infraestrutura de alta escala. Os problemas geraram uma crise na confiabilidade de serviços essenciais, demonstrando a vulnerabilidade do modelo de nuvem atualmente utilizado por empresas de tecnologia, financeiras e de entretenimento.


AWS enfrenta colapso na costa leste dos EUA

O impacto foi imediato e severo. O AWS alertou que diversos serviços dependentes de sua infraestrutura poderiam sofrer com a indisponibilidade. Às 5h30, a companhia comunicou sinais de recuperação, mas o estrago já estava feito. A plataforma indicou, às 6h15, que a maioria das solicitações desde então estaria sendo concluída com sucesso, embora ainda estivesse realizando esforços para processar uma fila de solicitações acumuladas. Essa interrupção expôs a forte dependência de grande parte do mercado digital na infraestrutura da AWS, uma crise que evidenciou as fragilidades do ecossistema de serviços em nuvem.

Segundo o site Downdetector, usuários relataram falhas em sites e aplicativos como AmazonRobinhoodFortniteDisney+Signal e United Airlines. Os efeitos se estenderam a plataformas de comunicação, entretenimento, transporte e finanças, ilustrando a cadeia de dependência tecnológica que domina o cotidiano.


Impacto no mercado financeiro e na mobilidade social

Coinbase, plataforma de criptomoedas, afirmou estar ciente da dificuldade de acesso por inúmeros usuários, reforçando que “todos os fundos permanecem seguros” e que trabalha para restabelecer o serviço. Enquanto isso, a United Airlines confirmou uma “falha no sistema” após relatos de clientes sem acesso ao aplicativo e ao site oficial, afetando operações de reservas e check-in, além de colocar em risco a mobilidade social e econômica geral.

O episódio ressalta a importância de diversificar a infraestrutura de TI. Empresas dependentes de serviços de nuvem, como bancos, plataformas de transporte e comércio eletrônico, enfrentam riscos cada vez maiores diante de incidentes como esse. Além de expor fragilidades, o problema reforça a necessidade de políticas públicas que garantam segurança e resiliência na infraestrutura digital nacional — especialmente em tempos de crescente criminalidade cibernética e ataques hacker.


Crise na infraestrutura de nuvem expõe contradições do avanço tecnológico

O colapso da AWS serve como alerta à sociedade e ao Estado. Apesar dos avanços tecnológicos, a dependência de uma única fornecedora revela vulnerabilidades graves, sobretudo em regiões como a costa leste dos EUA, onde a concentração de dados é maior. Autoridades reguladoras, como o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e órgãos de regulação precisam urgentemente implementar medidas para proteger a infraestrutura crítica de tecnologia, adversamente exposta por uma busca desesperada por eficiência e redução de custos.

Além disso, a crise demonstra que a rápida expansão do “poder das nuvens” ainda não veio acompanhada de segurança e planejamento adequados. Empresas de todos os setores devem repensar suas estratégias de contingência e backups, evitando que mais incidentes similares causem prejuízos econômicos e sociais tangíveis

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.