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Atualizado em 01/12/2025 21:04

Centenas de cientistas assinaram a Declaração de Dartington, um documento urgente que exige que líderes mundiais e decisores políticos ajam “já e depressa” para combater as alterações climáticas.

A declaração é coordenada pela Universidade de Exeter e pela WWF UK, e conta com o apoio de 583 cientistas e 579 outros signatários, todos com doutorado ou qualificações superiores.

O documento surge na sequência do Global Tipping Points Report 2025, que alertou para o atingimento do primeiro ponto de ruptura climático catastrófico da Terra, devido ao “declínio sem precedentes” dos recifes de coral.

⚠️ A Zona de Perigo

A Declaração de Dartington é clara: “Se esperarmos, será demasiado tarde.”

Para evitar que a temperatura média global ultrapasse o limite de 1,5 ºC do Acordo de Paris e para que a humanidade não seja empurrada para a “zona de perigo”, são necessárias duas metas:

  1. Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pela metade até 2030 (em relação aos níveis de 2010).
  2. Atingir emissões líquidas zero até 2050.

“O futuro do planeta está em jogo. Para que lado penderá depende das nossas ações agora e nos próximos anos”, afirma o texto.


⛽ Fim dos Combustíveis Fósseis e Sumidouros de Carbono

Atingir as metas exige uma “redução sem precedentes” das emissões, o que, para os cientistas, é impossível sem uma transição rápida para o abandono dos combustíveis fósseis.

Segundo a ONU, os combustíveis fósseis são o maior fator das alterações climáticas, sendo responsáveis por cerca de 68% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Além da descarbonização, a declaração pede:

  • Expansão da Remoção de Carbono: Expansão rápida e sustentável da remoção de carbono da atmosfera.
  • Proteção de Sumidouros Naturais: Proteção e restauração de sumidouros naturais de carbono, como as florestas.

A degradação desses sumidouros representa um risco de libertação do carbono armazenado. Isso já ocorreu em partes da Floresta Amazônica e em muitas florestas da África e Sudeste Asiático. O solo também é um sumidouro crucial, que armazena mais de 2.800 gigatoneladas de carbono, mas sua degradação pode liberar o equivalente às emissões anuais dos Estados Unidos.


✅ Pontos de Ruptura Positivos

A declaração incentiva líderes mundiais a focar em desencadear “pontos de rutura positivos” — mudanças que acelerem a transição para tecnologias e comportamentos de baixo carbono.

Um exemplo citado é a “forte queda dos preços e a rápida expansão da energia solar e do armazenamento em baterias”.


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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.