Centenas de cientistas assinaram a Declaração de Dartington, um documento urgente que exige que líderes mundiais e decisores políticos ajam “já e depressa” para combater as alterações climáticas.
A declaração é coordenada pela Universidade de Exeter e pela WWF UK, e conta com o apoio de 583 cientistas e 579 outros signatários, todos com doutorado ou qualificações superiores.
O documento surge na sequência do Global Tipping Points Report 2025, que alertou para o atingimento do primeiro ponto de ruptura climático catastrófico da Terra, devido ao “declínio sem precedentes” dos recifes de coral.
⚠️ A Zona de Perigo
A Declaração de Dartington é clara: “Se esperarmos, será demasiado tarde.”
Para evitar que a temperatura média global ultrapasse o limite de 1,5 ºC do Acordo de Paris e para que a humanidade não seja empurrada para a “zona de perigo”, são necessárias duas metas:
- Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pela metade até 2030 (em relação aos níveis de 2010).
- Atingir emissões líquidas zero até 2050.
“O futuro do planeta está em jogo. Para que lado penderá depende das nossas ações agora e nos próximos anos”, afirma o texto.
⛽ Fim dos Combustíveis Fósseis e Sumidouros de Carbono
Atingir as metas exige uma “redução sem precedentes” das emissões, o que, para os cientistas, é impossível sem uma transição rápida para o abandono dos combustíveis fósseis.
Segundo a ONU, os combustíveis fósseis são o maior fator das alterações climáticas, sendo responsáveis por cerca de 68% das emissões globais de gases com efeito de estufa.
Além da descarbonização, a declaração pede:
- Expansão da Remoção de Carbono: Expansão rápida e sustentável da remoção de carbono da atmosfera.
- Proteção de Sumidouros Naturais: Proteção e restauração de sumidouros naturais de carbono, como as florestas.
A degradação desses sumidouros representa um risco de libertação do carbono armazenado. Isso já ocorreu em partes da Floresta Amazônica e em muitas florestas da África e Sudeste Asiático. O solo também é um sumidouro crucial, que armazena mais de 2.800 gigatoneladas de carbono, mas sua degradação pode liberar o equivalente às emissões anuais dos Estados Unidos.
✅ Pontos de Ruptura Positivos
A declaração incentiva líderes mundiais a focar em desencadear “pontos de rutura positivos” — mudanças que acelerem a transição para tecnologias e comportamentos de baixo carbono.
Um exemplo citado é a “forte queda dos preços e a rápida expansão da energia solar e do armazenamento em baterias”.

