Atualizado em: 27/12/2025 11:21
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 0,4 ponto em dezembro e chegou a 90,2 pontos, o maior patamar desde dezembro de 2024, de acordo com o FGV IBRE. Na média móvel trimestral, o avanço foi ainda mais expressivo, com alta de 0,9 ponto, para 89,5 pontos.
Apesar do resultado positivo, a melhora foi sustentada exclusivamente pelas expectativas em relação aos próximos meses. A percepção sobre a situação atual das famílias voltou a recuar, indicando que o pessimismo diminuiu, mas o orçamento doméstico segue pressionado.
Cenário de transição
Na avaliação do FGV IBRE, os dados apontam para um momento de transição. O consumidor demonstra maior confiança no futuro, mas ainda enfrenta limitações financeiras no curto prazo. A consolidação desse movimento depende de uma recuperação mais consistente da renda disponível e da redução do endividamento das famílias.
Segundo o economista Eduardo Rômullo, a alta da confiança está ligada às expectativas positivas. “Há alguns meses a gente percebe esse padrão, com surpresas positivas no índice e, paralelamente, um mercado de trabalho mais aquecido, com nível de desocupação historicamente baixo. Tudo isso contribui para uma renda maior das famílias e melhora a percepção para os próximos meses”, afirmou.
Expectativas em alta, realidade contida
De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, o avanço do índice reflete um consumidor mais confiante, especialmente entre as famílias de menor renda. “O mercado de trabalho aquecido e o maior poder de compra ajudam a explicar essa melhora das expectativas. No entanto, os elevados níveis de endividamento e inadimplência continuam sendo um obstáculo importante”, destaca.
O Índice de Expectativas (IE) foi o principal responsável pelo desempenho de dezembro, com alta de 1,4 ponto, atingindo 95,2 pontos, o maior nível desde dezembro do ano passado. O maior destaque foi a percepção sobre a situação econômica local futura, que avançou 3,6 pontos, chegando a 108,3 pontos, maior patamar desde setembro de 2024. Também houve leve melhora nas expectativas sobre a situação financeira futura da família e nas compras previstas de bens duráveis.
Situação atual ainda pesa
Em sentido oposto, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,4 ponto, para 83,4 pontos, interrompendo duas altas consecutivas. A avaliação da situação econômica local atual caiu 1,7 ponto, enquanto a percepção sobre a situação financeira atual da família recuou 1,0 ponto, reforçando que o momento presente ainda é desafiador para grande parte dos consumidores.

