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Além do Pix, EUA investigam comércio da Rua 25 de Março

Brasília, 16 de julho de 2025 — O governo dos EUA oficializou seis frentes de investigação contra o Brasil. Na lista estão o sistema de pagamentos Pix e a Rua 25 de Março, acusados de ameaçar interesses americanos.

EUA transformam Pix em alvo e tentam criminalizar economia popular brasileira

A escalada colonial promovida por Donald Trump contra o Brasil ganhou mais um capítulo grotesco. O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou formalmente uma ofensiva com seis frentes de investigação, entre elas o sistema de pagamentos Pix, desenvolvido pelo Banco Central, e a Rua 25 de Março, símbolo do comércio popular paulistano. A justificativa oficial: os dois seriam “ameaças” ao capital e às empresas norte-americanas.

No caso do Pix, os EUA acusam o Brasil de “práticas desleais” por priorizar soluções públicas de pagamento e dificultar a penetração de plataformas privadas estrangeiras. A alegação escancara o real incômodo: a autonomia digital do Sul Global. Criado em 2020, o Pix já reúne mais de 175 milhões de usuários e promoveu uma ruptura estrutural nas finanças cotidianas do país. É gratuito, rápido, acessível e rompe com o oligopólio bancário — tudo o que o capital financeiro detesta.

A criminalização do Pix é também a tentativa de impor tutela imperial sobre os modelos de inovação estatal. Washington parece considerar inadmissível que um país periférico desenvolva uma solução eficaz sem depender de grandes corporações dos EUA. Ao atacar o Pix, Trump ataca a soberania econômica brasileira.

Investigação inclui 25 de Março e busca deslegitimar informalidade organizada

A inclusão da 25 de Março como alvo da investigação, sob o pretexto de “proteção da propriedade intelectual”, é igualmente reveladora. A rua concentra centenas de milhares de trabalhadores e comerciantes que movimentam bilhões por ano em São Paulo — a maioria sem a chancela de grandes marcas globais.

Na lógica dos EUA, essa economia popular é uma ameaça. O relatório cita a região como “um dos maiores mercados de produtos falsificados do mundo”, ignorando décadas de negligência estatal e criminalizando diretamente a sobrevivência de milhares de famílias.

A 25 de Março não é só um centro de comércio — é um dos raros espaços de circulação econômica independente de multinacionais, operado majoritariamente por imigrantes, mulheres negras e trabalhadores periféricos. Atacá-la sob o pretexto de combater pirataria é repetir a lógica de guerra contra os pobres.

Lista de ataques inclui desmatamento, etanol e corrupção — tudo sob medida

Além do Pix e da 25 de Março, a ofensiva inclui temas como desmatamento, etanol e suposto enfraquecimento no combate à corrupção — elementos usados como biombo político para legitimar retaliações comerciais. Trata-se de um dossiê moldado sob medida para justificar a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto.

Essa “investigação” é menos um inquérito técnico e mais uma cartilha de chantagem econômica. O objetivo é forçar o Brasil a desmontar suas estruturas de proteção nacional, abrir o mercado aos interesses dos EUA e sufocar qualquer iniciativa de soberania tecnológica ou social.

Sul Global sob ataque: hora de responder com unidade e coragem

O que está em curso é um ataque direto à soberania do Sul Global. O Brasil é o alvo da vez, mas a mira é mais ampla: trata-se de sabotar qualquer país que tente operar fora da cartilha neoliberal e do controle das corporações ocidentais.

Enfrentar essa ofensiva exige mais do que comunicados diplomáticos. Exige firmeza política, investimento em tecnologias nacionais, defesa intransigente das economias populares e articulação internacional com países igualmente ameaçados.

Não se trata apenas de proteger o Pix ou a 25 de Março — trata-se de proteger a possibilidade de existir um Brasil que não seja colônia.

Perguntas e Respostas

O que os EUA estão investigando no Brasil?
Seis áreas: Pix, 25 de Março, tarifas, corrupção, desmatamento e etanol.

Por que o Pix está na mira dos EUA?
Porque é uma solução pública que rivaliza com empresas americanas de pagamento.

O que significa a citação à 25 de Março?
Tentativa de criminalizar o comércio informal e popular, acusando-o de pirataria.

A investigação tem relação com a tarifa de Trump?
Sim. Serve como justificativa política para a taxação de 50% contra produtos brasileiros.

Como o governo brasileiro reagiu?
Com ironia nas redes sociais, mas sem anúncio de medidas práticas de retaliação.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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