Greve

Universidades em greve: Governo Lula convoca reunião com servidores

Negociação para resolver a greve dos professores e servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais ocorrerá nesta quarta-feira (15)

Foto: Reprodução/Fonasefe)
Foto: Reprodução/Fonasefe)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de negociação com os sindicatos dos professores e servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais para esta quarta-feira (15), às 10h30. A reunião foi convocada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Desde 15 de abril, servidores de pelo menos 40 universidades, cinco institutos federais e dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) estão em greve por reajuste salarial e orçamentário.


O que você precisa saber

  • Data da reunião: 15 de maio
  • Convocação: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI)
  • Categorias em greve: Professores e servidores técnico-administrativos
  • Reivindicações: Reajuste salarial, reestruturação de carreira, revogação de normas
  • Greve: Desde 15 de abril (professores), desde 11 de março (técnico-administrativos)

Reivindicações e Propostas

Os docentes exigem reestruturação de carreira e a revogação de normas dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Os servidores técnico-administrativos, em greve desde 11 de março, também buscam reajuste salarial e melhorias de carreira. No entanto, receberam com estranheza a convocação do MGI focada apenas nos docentes, sem menção específica aos técnicos-administrativos. “O Sinasefe irá à reunião, mas sustentará que não haverá saída para a greve sem uma proposta coerente para os TAEs. Sem TAEs não há acordo”, afirmou o Sinasefe.

Negociações e Expectativas

O governo ofereceu um reajuste de 9% para janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, considerada “incompatível com as reivindicações”, segundo o Sinasefe. Os servidores também pedem um piso remuneratório de três salários mínimos, proposta rejeitada pelo governo por impacto orçamentário. “Na nossa proposta, reduzimos o tempo para o servidor alcançar o topo da carreira de 22,5 para 18 anos”, explicou Gregório Griso, secretário-executivo adjunto do MEC.

Demandas dos Professores

Para os professores, há mais de uma proposta em discussão. A Proifes, ligada ao PT e PCdoB, pediu 3,5% de reajuste a partir de setembro deste ano, 9,5% em janeiro de 2025 e 4% em janeiro de 2026. Já o Andes-SN, ligado ao PSOL e PSTU, propôs 22,71% em três parcelas de 7,06% em maio de 2024, 2025 e 2026. Ambos os sindicatos rejeitam a proposta do MGI de reajuste zero este ano.

Preocupação com as Greves

Na semana passada, Lula expressou preocupação com as greves nas universidades federais. “É sempre possível encontrar um número que possa, se não satisfazer 100% das pessoas, atender”, afirmou, mencionando dificuldades orçamentárias. Ele garantiu que o Ministério de Gestão e Inovação está trabalhando em uma proposta para se chegar a um acordo. “A mim não me encanta ver parte da educação em greve.”

Crescimento do Movimento Grevista

O movimento grevista tem crescido. Há duas semanas, os professores da Universidade Federal do ABC (UFABC) aderiram à greve. A paralisação reflete a expectativa por recuperação orçamentária do setor, que sofreu reduções especialmente nas gestões de Temer e Bolsonaro. Segundo o Dieese, entre 2010 e 2022, o valor empenhado por estudante das universidades federais caiu para 68,7% do que era em 2010.