Chega de Fake news

Boxeadora argelina não é trans, esclarece COI

Imane Khelif enfrenta ataques e fake news durante Olimpíadas

Foto da boxeadora argelina quando criança
Foto da boxeadora argelina quando criança

Paris – Alvo de ataques e fake news bolsonaristas, a boxeadora argelina Imane Khelif não é uma mulher trans. Nascida no sexo feminino, Khelif foi reprovada em teste de elegibilidade da Associação Internacional de Boxe (IBA) por ter uma mutação genética, mas foi autorizada a competir pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Imane Khelif foi alvo de fake news que a classificavam como trans.
  • A atleta foi aprovada pelo COI e é uma mulher cisgênero.
  • A polêmica começou após a luta contra a italiana Angela Carini.
  • O COI não reconhece os exames da IBA.
  • Identidade transgênero é proibida na Argélia.

O QUE ACONTECEU

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A boxeadora argelina Imane Khelif enfrentou uma onda de fake news e ataques nas redes sociais após sua luta contra a italiana Angela Carini nas Olimpíadas de Paris 2024. Bolsonaristas espalharam a notícia falsa de que Khelif seria uma mulher trans. Na realidade, Khelif foi aprovada em testes de gênero pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e compete como mulher cisgênero.


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POLÊMICA E TESTES DE GÊNERO

A polêmica sobre Khelif começou no ano passado, quando ela foi desclassificada do Campeonato Mundial em Nova Delhi pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que alegou a presença de cromossomos XY na atleta. A Organização Mundial de Saúde (OMS) explica que algumas mulheres nascem com cromossomos XY devido a uma mutação do cromossomo Y, apresentando uma diferença de desenvolvimento sexual (DDS).

POSIÇÃO DO COI

O COI não reconhece os exames da IBA e reafirmou a elegibilidade de Khelif para os Jogos Olímpicos. O Comitê Olímpico da Argélia criticou os ataques “maliciosos e antiéticos” à atleta, afirmando que tomou todas as medidas necessárias para protegê-la.

REAÇÃO DA ADVERSÁRIA

A luta contra a italiana Angela Carini gerou ainda mais controvérsia. Carini abandonou o combate após 46 segundos, alegando uma lesão no nariz. Ela esclareceu que a decisão de abandonar a luta não estava relacionada à identidade de Khelif. “Recebi dois golpes no nariz e não conseguia respirar mais. Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora”, explicou Carini.

CONTEXTO NA ARGÉLIA

Na Argélia, a identidade transgênero é proibida, e mudanças de gênero em documentos de identidade ou tratamentos médicos para transição não são permitidos. Portanto, a acusação de que Khelif seria trans é infundada.

APOIO INTERNACIONAL

O porta-voz do presidente taiwanês defendeu a boxeadora chinesa Lin Yu-Ting, que enfrenta uma situação semelhante à de Khelif. “Sua determinação inspira a nação!” disse ele em um post no X, antigo Twitter.

Lin Yu‑ting, boxeadora chinesa. Foto: Lampson Yip
Lin Yu‑ting, boxeadora chinesa. Foto: Lampson Yip

PERGUNTAS FREQUENTES

Imane Khelif é uma mulher trans?

Não, Imane Khelif é uma mulher cisgênero aprovada pelo COI para competir nas Olimpíadas.

Por que Angela Carini abandonou a luta contra Khelif?

Carini abandonou a luta devido a uma lesão no nariz, não relacionada à identidade de Khelif.

Qual é a posição do COI sobre a elegibilidade de Khelif?

O COI reafirmou a elegibilidade de Khelif, não reconhecendo os exames da IBA.

A identidade transgênero é permitida na Argélia?

Não, a identidade transgênero é proibida na Argélia e mudanças de gênero em documentos de identidade não são permitidas.