Misoginia

Presidente do Flamengo é denunciado por fala machista contra jornalista da Globo

Declarações de Luiz Eduardo Baptista em evento oficial do clube são alvo de representação por discriminação e podem gerar sanções disciplinares.
27 de dezembro de 2025
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Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo — Foto: Mariana Sá/Flamengo
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo — Foto: Mariana Sá/Flamengo
Atualizado em 27/12/2025 01:38

O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, foi denunciado à Procuradoria do STJD por falas classificadas como machistas, sexistas e discriminatórias contra a jornalista Renata Mendonça, da TV Globo, segundo informou Lauro Jardim, em O Globo. O episódio ocorreu durante um evento institucional do clube e teve ampla repercussão nas redes sociais e no meio esportivo.

Pedido da União Brasileira de Mulheres
A denúncia foi apresentada pela União Brasileira de Mulheres (UBM), que solicita a abertura de procedimento disciplinar e a aplicação das sanções previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A entidade sustenta que as declarações violam princípios constitucionais e normas nacionais e internacionais de proteção aos direitos das mulheres.

Declarações em evento oficial
O caso ocorreu em 23 de dezembro, durante a apresentação dos resultados financeiros do Flamengo referentes à temporada de 2025. Na ocasião, Bap se referiu à jornalista como “nariguda da Globo” e afirmou que ela “fica falando mal da gente”, em referência às críticas feitas na cobertura esportiva.

Conteúdo e enquadramento da denúncia
Segundo a representação, o dirigente ainda relacionou as análises da jornalista à política de investimentos da emissora em direitos de transmissão. Para os autores do pedido, essa associação não justifica ataques de cunho pessoal e discriminatório. A UBM afirma que a fala extrapola a crítica institucional e configura ofensa baseada em gênero.

Base legal e possíveis sanções
O documento é assinado pelos advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes Cunha e cita o artigo 243-G do CBJD, que trata de atos discriminatórios, desdenhosos ou ultrajantes relacionados a preconceito de gênero. A entidade ressalta que a ampla divulgação do episódio agrava a conduta atribuída ao dirigente.

Posicionamento da entidade
Para a presidenta da União Brasileira de Mulheres, Vanja Andréa Reis dos Santos, a responsabilização é necessária diante do contexto social. Segundo ela, “punir o machismo é um ato de justiça em um momento em que a naturalização das violências contra as mulheres tem escalonado a violência de gênero no Brasil”.

Encaminhamento no STJD
Caso a Procuradoria do STJD acolha a denúncia, Luiz Eduardo Baptista poderá responder a processo disciplinar, com penalidades que variam de multa a suspensão, conforme o regulamento da Justiça Desportiva.

JR Vital

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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