O WSL Layback Pro abriu a competição feminina no cenário perfeito da sexta-feira, com céu azul e altas ondas com vento terral na Praia da Joaquina. As meninas estrearam na melhor condição do mar nessa semana em Florianópolis e Laura Raupp deu o primeiro passo para confirmar o título sul-americano da temporada 2024/2025 da WSL South America. Já a surfista olímpica, Tainá Hinckel, atual campeã sul-americana que venceu o último Layback Pro na Praia Mole, ganhou a maior nota do feminino – 8,17. Depois, o também defensor do título desta etapa, Lucas Silveira, fez um novo recorde de 15,43 pontos na Praia da Joaquina e dos outros dois QS que rolaram esse ano. O show de surfe continua no sábado, que vai começar com a disputa por vagas nas quartas de final das duas categorias, ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
A Praia da Joaquina ficou 9 anos sem receber uma etapa do World Surf League (WSL) Qualifying Series (QS) e está voltando ao calendário em uma semana inteira de competição. As quatro primeiras edições do WSL Layback Pro aconteceram na Praia Mole e agora mudou para a Joaca. Esse evento que fecha a temporada 2024/2025 da WSL South America, começou na quarta-feira e termina no domingo. E na segunda-feira, tem a primeira etapa do Circuito Profissional da Federação Catarinense de Surf, o Floripa Pro apresentado pela Layback e Prefeitura de Florianópolis. Esse vai rolar na segunda, terça e quarta-feira, quando será definido quem largará na frente na corrida pelos títulos masculino e feminino do circuito estadual mais rico do Brasil.
Muitas participantes do WSL Layback Pro, vão aproveitar para participar das duas competições. O último QS na Praia da Joaquina foi em 2016, mas o único com a categoria feminina aconteceu em 2014 e foi vencido pela havaiana Coco Ho. A segunda campeã de uma etapa do QS na Joaca, será conhecida no domingo e duas catarinenses que conhecem muito bem essas ondas, podem ser apontadas como favoritas, Laura Raupp e Tainá Hinckel. A Laurinha lidera a disputa pelo título sul-americano e Arena Rodriguez é a única que pode impedir a conquista, mas a peruana só consegue isso se for a campeã do WSL Layback Pro.
“Foi o primeiro passo agora, ainda bem que foi um passo bom e estou feliz, só que um pouco nervosa com esse título na disputa. Mas, se Deus quiser, vai dar tudo certo e vou fazer boas baterias para conseguir o resultado que eu preciso nesse campeonato”, disse Laura Raupp, que respondeu sobre a mudança da Praia Mole para a Joaquina. “Eu gosto muito da Mole, é um dos meus lugares preferidos na ilha. Mas, a Joaca é a minha casa, eu moro aqui perto e surfo aqui quase todos os dias. Na metade da bateria, teve uma saída d´água e aí vi que já conhecia essa corrente, então tinha que varar. Aí fui pra lá e fiz onda que me garantiu a vitória”.
DECISÃO DO TÍTULO – Laura Raupp derrotou a paulista Julia Nicanor e a equatoriana Dominic Barona. Agora, ela já confirma o troféu de campeã sul-americana da World Surf League, se passar para as quartas de final na sua próxima bateria, neste sábado na Praia da Joaquina. As adversárias dessa decisão de título, são a maior surfista do Brasil em todos os tempos e recordista mundial com 19 vitórias em etapas do QS, Silvana Lima, Isabela Saldanha e a jovem Luara Mandelli. As duas melhores se classificam e Laurinha já poderá garantir um bicampeonato catarinense de melhor surfista da América do Sul, se repetir o feito da Tainá Hinckel.
As duas decidiram o título do WSL Layback Pro no ano passado. Era a segunda final consecutiva da Tainá na Praia Mole. A primeira, em 2023, ela perdeu para a cearense Silvana Lima, mas nessa festejou a vitória contra a Laura Raupp, que foi a primeira campeã desse campeonato em 2021, quando tinha apenas 15 anos e estreava em etapas do QS. Na Joaquina, Tainá Hinckel fez a melhor apresentação entre as 28 surfistas que estrearam nas 8 baterias. Ela detonou uma esquerda com um ataque de backside que tirou 8,17 dos juízes. Foi mais um recorde da Tainá, que é a única a ganhar nota 10 nas 4 edições do WSL Layback Pro na Praia Mole.
“Eu peguei a onda quase no final dela. Ela veio lá de fora muito boa, uma esquerda perfeita pra mim e consegui fazer, então estou muito feliz”, disse Tainá Hinckel. “Esse é o tipo de mar que eu gosto de surfar, de backside, como na Guarda do Embaú todos os dias. Com certeza, competir aqui de novo é especial. O evento da Praia Mole no ano passado foi muito legal. Eu tinha acabado de chegar da classificação para as Olimpíadas, então foi uma fase maravilhosa pra mim, que eu nunca vou esquecer. E já cheguei sendo campeã na Praia Mole e foi muito legal. Guardo esse momento no coração e espero repetir isso, só que dessa vez na Joaca”.
PERUANAS NA BRIGA – As peruanas Arena Rodriguez e Daniella Rosas também se destacaram nas ondas excelentes da Praia da Joaquina. A Arena já estreou sabendo que sua vaga no Challenger Series estava confirmada, com a eliminação da carioca Julia Duarte no confronto que terminou antes do dela. Arena foi campeã sul-americana Pro Junior no ano passado e ainda tem chances de tirar o título da Laura Raupp, mas somente se a brasileira perder sua próxima bateria e ela ganhar o WSL Layback Pro. Na sexta-feira, Arena estreou com vitória sobre duas brasileiras, a paranaense Luara Mandelli e a cearense Yanca Costa.
“Estou muito feliz de conseguir a vaga pro Challenger Series já. Essa era a meta para esse evento e de toda a temporada. Me esforcei muito com meus treinadores, psicóloga, meus pais, meus patrocinadores, então estou superfeliz de ter conseguido”, disse Arena Rodriguez. “Mas, essa classificação não vai mudar meu esforço nesse evento e vamos com tudo, porque tem um título ainda em jogo. Todas as meninas estão fazendo uma grande temporada, a Laura (Raupp), a Daniella (Rosas), então só quero focar em mim mesma. Quero avançar o máximo que puder e, se chegar o título ou não, já estou feliz pela classificação para o Challenger”.
VAGA NO CHALLENGER – A recordista com três títulos de campeã sul-americana, Daniella Rosas, fechou a participação feminina na sexta-feira. Ela já vem participando do Challenger Series nos últimos anos e defende a última vaga esse ano. Duas concorrentes, a carioca Julia Duarte e a peruana Sol Aguirre, não passaram das suas estreias no WSL Layback Pro. Só restou a argentina Vera Jarisz, que precisa vencer o campeonato para superar sua pontuação. Mas, Daniella Rosas confirma seu nome no grupo das 3 que se classificam, se passar a sua próxima bateria, contra a chilena Isidora Bultó e as catarinenses Kiany Hyakutake e Valentina Zanoni.
“Estou muito feliz de avançar surfando bem, sentindo a prancha. A onda estava um pouco difícil, mas deu certo e estou feliz de passar essa primeira bateria aqui”, disse Daniella Rosas. “Eu sempre que entro num campeonato, tento deixar que as coisas aconteçam tranquilamente. Já faz bastante tempo que venho ao Brasil e é como uma segunda casa pra mim, porque quase todos os eventos acontecem aqui, então praticamente eu moro aqui (risos). Eu sempre fico feliz e amarradona aqui, o Brasil me encanta, então foi bom que eu passei e continuo competindo aqui”.
RECORDES BATIDOS – Depois da primeira fase feminina, foi realizada a terceira do QS 3000 masculino, também definindo os 16 surfistas que vão disputar classificação para as quartas de final do WSL Layback Pro no sábado. Foi um show de surfe a cada bateria, todas muito tensas decidindo os destinos de quem segue na briga pelo título sul-americano e pelas 7 vagas para o Challenger Series, o circuito de acesso para a elite do WSL Championship Tour (CT). Com tanta pressão, todos os recordes da semana foram batidos no terceiro dia.
Os dois surfistas que estavam fechando o G-7, Cauã Costa e Weslley Dantas, perderam e deixaram a porta aberta para nove concorrentes com chances de ultrapassar os seus 3.723 pontos. Isso sem contar com Michael Rodrigues e Mateus Herdy, que já têm suas vagas no Challenger Series garantidas pelo ranking do ano passado. O cearense Cauã Costa cometeu um erro na primeira bateria, foi penalizado com o corte de uma das duas ondas computadas, ficando só com os 9 pontos da maior nota do WSL Layback Pro.
O paulista Wesley Leite venceu essa bateria com um novo recorde de 14,50 pontos e igualou os 3.723 pontos do Cauã e do Weslley Dantas, que foi barrado no terceiro confronto masculino da sexta-feira. Nesse, o campeão do Layback Pro na Praia Mole ano passado, Lucas Silveira, fez o maior somatório das três etapas do QS deste ano, 15,94 pontos somando notas 8,17 e 7,77 com seu ataque poderoso de backside nas esquerdas da Joaquina. Lucas competiu no Challenger Series em 2024, tenta se classificar de novo e precisa chegar nas semifinais para ultrapassar os 3.723 pontos dos últimos do G-7, Cauã Costa, Weslley Dantas e agora Wesley Leite também.
“Eu já surfei um zilhão de vezes aqui na Joaquina durante a minha vida e essa condição que tá hoje, eu acho que é a melhor do verão todo esse ano”, destacou Lucas Silveira. “Eu já surfei várias vezes em mar assim e, quando você pega a onda certa, ela é muito boa. Foi uma bateria que eu busquei ficar ativo desde o começo e fiz as notas altas bem no início já. Daí fiquei bem tranquilo, só administrando a vantagem. Independente das notas e pontos, o importante era passar a bateria e na próxima tem mais”.
QUEDA DO LÍDER – Depois, o paulista Gabriel Klaussner, que tinha feito a maior nota – 8,00 – na Praia da Joaquina na quinta-feira, igualou o 9,00 do Cauã Costa na quinta bateria. Na seguinte, competiram dois concorrentes ao título sul-americano da temporada 2024/2025 da WSL South America. O líder do ranking, Lucas Vicente, acabou perdendo para o único surfista que ainda pode lhe tirar o troféu de campeão, Peterson Crisanto. Para isso, o paranaense tem que chegar na final do WSL Layback Pro. Ele passou para a quarta fase junto com o maior nome dos 4 anos da história desta etapa patrocinada pela Layback na Praia Mole, Michael Rodrigues, cearense que há muitos anos mora em Florianópolis.
O próximo desafio do Peterson Crisanto na Praia da Joaquina, será na disputa pelas duas últimas vagas para as quartas de final neste sábado, contra os paulistas Alex Ribeiro, Fabricio Rocha e o catarinense Luan Wood, campeão do Layback Pro na Praia Mole em 2023. Será mais uma rodada de baterias decisivas também na disputa pelas últimas vagas no grupo dos 7 que o ranking da WSL South America classifica para o Challenger Series. Dois concorrentes estão juntos na primeira, o paulista Wesley Leite precisando passar só essa para deixar a rabeira da lista e o capixaba Rafael Teixeira tendo que chegar nas semifinais para entrar no G-7.
Na segunda, tem mais dois com a mesma chance do Rafael Teixeira, o defensor do título do WSL Layback Pro, o carioca Lucas Silveira que mora em Florianópolis, e Ryan Kainalo, contra o também paulista Daniel Adisaka que segue na batalha pelas últimas vagas e o equatoriano Alex Suárez. Na terceira bateria, os dois já garantidos pelo ranking do Challenger Series no ano passado, Michael Rodrigues e Mateus Herdy, enfrentam dois que estão tentando classificação, Heitor Mueller e Gabriel Klaussner. E a disputa pelas últimas vagas nas quartas de final acima informada, será entre Peterson Crisanto, Alex Ribeiro, Fabricio Rocha e Luan Wood.
O WSL Layback Pro é homologado pela WSL Latin America e viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte do Governo Federal do Brasil. Esta etapa do QS 3000 é uma realização da Agência Esporte & Arte e acontece com patrocínio de Dare e Prefeitura Municipal de Florianópolis através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer; apoio da Greenish, Ease Labs Cannabis Products, Evoke, Fu-Wax, Havenga, Oakberry, Refúgio Ekrãn e Cris Hotel; conta com o suporte da Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e Associação de Surf da Joaquina (ASJ), parceria de mídia do site Waves.com.br e produção da FIRMA na transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
FLORIPA FILM FESTIVAL – Na quinta-feira, foi iniciada a segunda edição do Floripa Film Festival, uma das atrações do WSL Layback Pro que estreou com grande sucesso no ano passado. Até o sábado, serão exibidos 50 filmes de surfe, sendo 35 produções nacionais e 15 internacionais. As mostras vão acontecer no “The Search House”, localizado na Barra da Lagoa. Nos 3 dias, as exibições começam por volta das 16h00, com pequenos intervalos até as 22h30. Na sexta-feira (dia 21) e no sábado (22), também haverá shows musicais e DJs agitando a galera, desde as 23h00 até as 2h00 da madrugada.