Paris – França – O primeiro-ministro francês Michel Barnier renunciou nesta quinta-feira (5), após ser deposto por uma moção de censura no Parlamento francês. O pedido foi feito na manhã do dia 5 de dezembro, depois da aprovação da moção na véspera, 4 de dezembro, por 331 dos 574 deputados.
O presidente Emmanuel Macron aceitou a renúncia, mas pediu que Barnier permaneça no cargo até a nomeação de um substituto. Essa situação gera ainda mais incertezas sobre o futuro político da França. O Parlamento francês, que recentemente rejeitou o orçamento de Barnier, desempenhou papel crucial na queda do premiê.
A aprovação da moção foi histórica, pois pela primeira vez em mais de 60 anos o Legislativo francês depôs um chefe de governo por esse mecanismo. A votação foi marcada pela união inédita entre esquerda e extrema direita, ambos insatisfeitos com a escolha de Barnier por Macron.
Queda de Michel Barnier
Michel Barnier foi nomeado para o cargo de primeiro-ministro por Macron em setembro, após as eleições parlamentares. No entanto, o movimento político foi mal recebido pelos parlamentares. A rejeição ao seu governo aumentou após a negativa do presidente em formar uma aliança com a esquerda, o que provocou o apoio dos partidos opositores à sua permanência no cargo.
A Crise Política na França
A moção de censura ocorre em um contexto de crise política mais ampla na França. A Assembleia Nacional está fragmentada em três blocos: a esquerda, o centro-direita de Macron e a extrema direita. Esse cenário, que não permite a formação de uma maioria clara, tem sido um desafio para o governo francês. O orçamento do governo, que propunha cortes no gasto público, foi rejeitado, intensificando o clima de insatisfação.
Repercussões da Renúncia
A crise também impacta a economia francesa, que enfrenta problemas fiscais graves, com um aumento no prêmio de risco da dívida pública. Além disso, a instabilidade política na França se soma à situação da Alemanha, também em crise governamental. Isso pode afetar as relações dentro da União Europeia.
A possível nomeação de um novo primeiro-ministro poderá, portanto, agravar a crise, especialmente se Macron escolher um novo nome sem apoio suficiente no Parlamento.
O Futuro do Governo Macron
A saída de Barnier é considerada um dos momentos mais instáveis do governo de Macron, que tem enfrentado dificuldades desde sua reeleição em 2022. As negociações para a escolha de um novo premiê devem ocorrer nos próximos dias. As fontes do governo apontam que Macron poderá optar por um novo nome já no final de semana, embora o presidente ainda negocie a formação de uma aliança política.
Entenda o Caso
- Moção de censura: Aprovada por uma união de esquerda e extrema direita, derrubou o primeiro-ministro Michel Barnier.
- Michel Barnier: Nomeado por Emmanuel Macron há apenas três meses, o premiê não obteve apoio político suficiente no Parlamento.
- Orçamento rejeitado: A crise se intensificou após a rejeição da proposta de orçamento do governo, que visava reduzir o déficit público.
- Futuro incerto: A França enfrenta uma crise política e econômica. A escolha de um novo premiê por Macron pode prolongar a instabilidade.