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Golpe ao BRICS

Brasil na mira: sanções da UE contra Rússia podem encarecer diesel

Brasília – O Brasil entrou no radar de punições econômicas da União Europeia por causa da compra de diesel russo. A nova ofensiva internacional foi articulada por Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, e conta com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — sim, ele voltou. O 17º pacote de sanções contra Vladimir Putin mira diretamente o petróleo russo, setor em que o Brasil passou a depender fortemente desde 2023.

A medida pode afetar os preços nas bombas brasileiras e pressionar a diplomacia do governo Lula, que até aqui manteve uma posição soberana na geopolítica energética. Mas, como sempre, quando os interesses do Norte falam mais alto, o Sul global vira o alvo preferido.


Alemanha e EUA puxam sanção contra diesel russo

Em discurso nesta segunda-feira (19), Friedrich Merz deixou claro que a Europa está escalando a pressão contra Moscou: “Foi isso que acordamos com o presidente dos Estados Unidos após a sua conversa com Putin”, disse, ao anunciar as novas sanções, que não têm como objetivo interromper o fluxo de petróleo, mas afetar os preços.

Com isso, o diesel mais barato vindo da Rússia, que responde por 63,6% das importações brasileiras em 2024, entra na mira.


Brasil depende do diesel russo — e muito

Segundo a Abicom, o Brasil ampliou em mais de 13% sua dependência do diesel russo em apenas um ano. Em 2023, o país já importava 50,4% do combustível da Rússia. Agora, esse número disparou — e o impacto nas bombas será inevitável se as sanções surtirem efeito.

Enquanto isso, distribuidoras regionais têm começado a evitar o diesel russo por precaução, apostando em fornecedores dos Estados Unidos, Índia e países árabes, segundo a ANP.


A frota fantasma e o cerco nos mares

Boa parte do petróleo russo chega ao Brasil por meio da chamada “shadow fleet”, frota de petroleiros que dribla sanções navegando pelos mares do Norte, canal da Mancha e mar Báltico. São 350 navios despejando petróleo que sustenta aliados dos BRICS, como China e Índia.

Mas o cerco europeu quer atingir justamente essa logística paralela. Mesmo que os navios continuem navegando, o aumento das tarifas e dos riscos comerciais fortalece o produto americano, que chega mais rápido e já custa quase o mesmo — diferença de apenas R$ 0,03 a R$ 0,04 por litro, segundo dados da Abicom.


Lula e os BRICS sob pressão

A dependência do Brasil em relação ao diesel russo se insere num contexto maior: a tentativa do Ocidente de enfraquecer os laços energéticos dos BRICS. Lula terá de equilibrar a diplomacia com Putin, a pressão de Trump e o pragmatismo do mercado interno — onde o povo não quer pagar mais caro para abastecer.

Por outro lado, ao mirar o Brasil, a Europa e os EUA não escondem o recado: soberania energética só vale para eles. Quando países do Sul fazem suas escolhas, viram “coniventes” com ditaduras — mas quando os mesmos países vendem armas para genocidas, tudo bem.


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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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