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China joga pesado e tenta seduzir América Latina

Xi Jinping intensifica ofensiva diplomática na região enquanto Trump desenterra a Doutrina Monroe e tenta manter a velha guarda no quintal de Washington.

Brasília – A reportagem do The New York Times, publicada nesta segunda-feira (12), escancarou o jogo geopolítico em curso: a China está dobrando suas apostas na América Latina, com direito a presença marcante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Pequim, como peça-chave no tabuleiro global. Ao mesmo tempo, Xi Jinping se reúne com líderes do Caribe e da América do Sul, tentando ampliar a influência chinesa sem disfarces.

Enquanto isso, os Estados Unidos de Donald Trump revivem o fantasma da Doutrina Monroe, com uma retórica que cheira a naftalina. A velha ideia de que as Américas são “exclusividade” de Washington ganha nova embalagem, agora em forma de tarifas, ameaças veladas e promessas de “prioridade” às nações vizinhas.


China quer autonomia regional, não vassalos

“O que os povos da América Latina e do Caribe desejam é independência e autodeterminação”, afirmou Miao Deyu, vice-ministro das Relações Exteriores da China, em coletiva no domingo (11), segundo o People’s Daily. Um recado direto a Marco Rubio, o novo secretário de Estado de Trump, que anda dizendo por aí que “as Américas vêm primeiro”. Na prática? Mais pressão e menos parceria.

Durante sua estreia internacional como chanceler, Rubio desfilou por Panamá, Guatemala e vizinhos, repetindo o velho script imperial. Mas a recepção não foi calorosa: ameaças sobre o Canal do Panamá e tarifas econômicas só reforçaram a desconfiança com a Casa Branca.


Lula aposta na multipolaridade

Para Matias Spektor, da FGV, Lula está jogando xadrez geopolítico: “vê a China como contrapeso à hegemonia dos EUA”. Não se trata apenas de comércio, mas de posicionamento global. O Brasil quer mais voz e menos subordinação — e Pequim parece ser um megafone mais interessante que Washington.

Segundo Spektor, a jogada de Lula é clara:

  • Reduzir a dependência dos EUA
  • Ampliar alianças estratégicas
  • Projetar o Brasil como líder no Sul Global

A visita à China, portanto, não é turismo ideológico, mas pragmatismo diplomático. O Brasil tenta romper o cabresto e assumir protagonismo numa ordem internacional em reconfiguração.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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